07/05/2013 10h27 - Atualizado em 07/05/2013 10h27

Queda de preço preocupa produtores de milho em MS, diz entidade

Aprosoja/MS diz que conjuntura aponta para redução do valor da saca.
Estado deve colher uma safrinha recorde da cultura, 6,3 mi de toneladas.

Anderson ViegasDo G1 MS

Queda no preço do milho está preocupando produtores em MS (Foto: Anderson Viegas/G1 MS)Queda no preço do milho está preocupando produtores em MS (Foto: Anderson Viegas/G1 MS)

A queda de preço do milho e espaço para armazenar a safrinha da cultura que vai começar a ser colhida em aproximadamente 60 dias estão preocupando os agricultores de Mato Grosso do Sul, segundo análise do diretor executivo da Associação dos Produtores de Soja do estado (Aprosoja/MS), Lucas Galvan.

De acordo com Galvan, na safra 2012/2013 os produtores sul-mato-grossenses cultivaram 1,326 milhão de hectares com milho safrinha e têm a perspectiva de colher cerca de 6,3 milhões de toneladas do cereal. Se confirmada essa projeção, será a maior safra da cultura no estado, superando em cerca de 3% a produção do ciclo anterior que foi de 6,1 milhões de toneladas.

Com essa a estimativa de produção recorde no estado e que se repete no Brasil, e ainda levantamentos indicando que os Estados Unidos, principal produtor mundial, também deve ter uma boa safra de milho, o preço da saca de 60 quilos do cereal que está comercializado entre R$ 18 e R$ 19 em Mato Grosso do Sul deve despencar, conforme o diretor da Aprosoja/MS, para o patamar de R$ 15 a R$ 16.

“Com essa queda de preço o produtor vai precisar ter uma grande produtividade para não ter prejuízos. Atualmente o custo médio de produção do milho no estado é de R$ 1.600 por hectare. Se o preço de venda do grão for de R$ 16 a saca, o agricultor vai precisar de uma produção de pelo menos 100 sacas por hectare para não ter prejuízo. E isso não é fácil, porque nossa média é 80 sacas por hectare”, analisa.

Além da queda do preço do milho, o produtor do grão também está preocupado com a armazenagem. Conforme Galvan, em razão da redução das cotações da soja, cerca de 45% da produção sul-mato-grossense da oleaginosa ainda está nos armazéns do estado e pode concorrer por espaço nos silos com o cereal.

“Com grande volume de soja estocado, perspectiva de produção recorde de milho safrinha e capacidade de estocagem de cerca de 7,5 milhões de toneladas, podemos enfrentar um gargalo na estocagem. Por isso, já pedimos a intervenção do governo federal para que boa parte dessa produção [milho] seja destinada a exportação ou escoada para o Nordeste”, concluiu.

veja também