Produção da Renault em Sao José dos Pinhais,
Paraná (Foto: REUTERS/Rodolfo Buhrer)

Impulsionada pelas vendas recordes de 333.738 unidades em abril, a indústria automobilística nacional encerrou o mês com 340.865 veículos produzidos, o que inclui automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. Volume também recorde. A alta na produção é de 6,8% sobre março (319.038 unidades) e de 30,7% sobre abril do ano passado (246.643 unidades). Os dados foram divulgados nesta terça-feira (7) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

No acumulado do quadrimestre, segundo o balanço da entidade, saíram das linhas de montagem 1.168.592 veículos. O volume recorde mostra alta de 17% em relação às 998.931 unidades fabricadas no mesmo período do ano anterior.
 

"Nunca produzimos tanto em um mês de abril e em um primeiro quadrimestre. O resultado no acumulado se deve a ajustes de produção, com o lançamento de novos modelos, além do estímulo produtivo por conta do programa Inovar Auto. Isso justifica o recorde", afirma o novo presidente da Anfavea, Luiz Moan.

Segmentos
A fabricação de automóveis e comerciais leves no mês é 319.038 unidades, crescimento de 6,9% sobre março (298.373 unidades) e de 29,4% sobre abril de 2012 (947.100). No acumulado dos 4 meses, a expansão é de 15,4% de 947.100 para 1.093.274 neste ano.

A produção de caminhões soma 61.694 unidades no acumulado, aumento de 43,8% em relação ao ano passado (42.902unidades). Somente em abril, a alta foi de 7% sobre março, de 16.948 unidades para 18.136. Na comparação com abril de 2012, a expansão é de 56,5% (foram produzidas em abril do ano passado 11.586 unidades).

"A tendência do setor de caminhões está extremamente positiva. O estímulo do Programa de Sustentação do Investimento (PIS) teve um efeito muito importante, especialmente pelos baixos juros, que chegaram a 3%", avalia o presidente da entidade.

No caso da fabricação de ônibus, ao todo saíram das linhas 3.691 unidades em abril, contra 3.800 em março, retração de 2,9%. Tal volume é  42,2% maior em relação a abril de 2012 (2.596 ônibus). No acumulado, a produção soma 13.624 unidades, 52,6% a mais do que as 8.929 unidades fabricadas no mesmo período do ano passado.

CKD e exportações
Calculado à parte, o volume de veículos desmontados que saiu das montadoras em abril para outros países, o chamado CKD, soma 2.306 unidades, sendo 1.632 automóveis e comerciais leves. No mesmo mês do ano passado foram 2.496. O ano acumula de janeiro a abril é de 9.012 unidades exportadas em CKD. Em 2012, no mesmo intervalo,  foram 9.444 unidades.

As exportações em unidades – que incluem veículos montados – somaram no mês 55.084 unidades - aumento de 26,5% sobre março, com 43.529 unidades. No acumulado, as exportações fecham os 4 meses em alta de 3,8% com 166.588 veículos. No mesmo período do ano passado foram exportadas 160.453 unidades.

Sobre a melhora da competitividade do produto brasileiro para exportar mais, Moan afirma que a Anfavea vai entregar ao governo uma proposta para aumentar a compensação de impostos. "Não dá para falar em exportações sem considerar mudança do câmbio e impostos. O custo da produção de impostos não compensáveis representa, por exemplo, 8,8% do total", afirma Luiz Moan.

As exportações em valores também subiram e incluem ainda máquinas agrícolas. Em abril foram vendidos no exterior US$ 1,54 bilhão em produtos, volume 11,2% maior do que março (US$ 1,39 bilhão). Sobre abril do ano passado (US$ 1,33 bilhão), o resultado mostra alta de 15,8%. No acumulado, o crescimento de valor exportado é de 2,8%, de US$ 4,9 bilhões para  US$ 5,03 bilhões.

Importação
No mês, dos 333.738 veículos emplacados no Brasil, 20,2% ou 67.396 unidades vieram de outros países. No mês anterior, a participação era de 19,4% e, em fevereiro, de 21,2%, o que demonstra certa estabilidade. O segmento de automóveis e comerciais leves somou no mês 67.139 importados, alta de 22,5% sobre março e de 15,4% sobre abril do ano passado.

"O mercado brasileiro é um dos mais competitivos do mundo. Para se ter uma ideia, hoje temos 62 marcas atuantes, com 1.764 modelos diferentes", observa o presidente da Anfavea.

Ao considerar as importações acumuladas de automóveis e comerciais leves, há queda de 7% no período, de 258.384 unidades para 240.331 neste ano.

Emprego
A indústria automobilística nacional fechou abril com 153.029 pessoas contratadas diretamente e, praticamente, manteve o nível de março, com alta de 0,5%. Em relação a abril do ano passado, houve aumento de 5,4% das contratações.

Estoques
De acordo com Luiz Moan, os estoques estão "controlados". Abril fechou com 362.608 veículos  em pátios de montadoras e concessionárias, o que corresponde a 33 dias de vendas. Em março, foram 331.522 unidades, equivalente a 35 dias.

Previsões
A Anfavea decidiu manter as previsões para este ano. Para as vendas de veículos, a alta deve ser entre 3,5% e 4,5% - 3,93 milhões a 3,97 milhões de unidades. Já a produção prevista é 4,5% maior, com 3,49 milhões de unidades. Já as exportações devem cair 4,6%, com 420 mil unidades. "Estamos cautelosos, por enquanto", diz Moan.