07/05/2013 16h03 - Atualizado em 07/05/2013 17h29

Pimentel diz esperar que Azevêdo leve discussão sobre câmbio à OMC

'É bom para a OMC, para o Brasil é neutro”, disse o ministro.
Ele avalia que vitória não impactará as relações comeciais do Brasil.

Darlan AlvarengaDo G1, em São Paulo

O ministro do Desenvovlimento, Fernando Pimentel, comemorou nesta terça-feira (7) a vitória do diplomata brasileiro Roberto Azevêdo para a diretação-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC).

“Acho que é um bom resultado para o Brasil, pela imagem do país, que tem quadros qualificados, mas foi melhor ainda para a OMC, pois de fato ele era o melhor candidato", afirmou.

Sobre os principais desafios de Azevêdo à frente da OMC, o ministro disse que, além da meta de retomar a Rodada de Doha, colocada pelo próprio candidato, a organização precisa colocar em debate o impacto do câmbio e das políticas expansionistas dos países desenvolvidos nas relações comerciais.

O ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, em evento nesta terça (7) (Foto: Darlan Alvarenga/G1)O ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel,
em evento nesta terça (7)
(Foto: Darlan Alvarenga/G1)

“Eu vou dizer em meu nome, não no nome dele. Eu acho que ele vai se incumbir de colocar em pauta a discussão, que ele como representante do Brasil já abriu, sobre o impacto do câmbio nas relações comerciais. Acho que essa questão ele vai levar adiante até porque houve aprovação do comitê da OMC com relação a este tema”, disse.

Durante participação no fórum “A Crise Econômica e o futuro do Mundo”, que acontece em São Paulo, o ministro voltou a criticar a política de expans]ao monetária dos países desenvolvidos.

"Eu vejo países desenvolvidos, com relação as suas moedas, às vezes usam jogam uma bigorna para ver se flutua [o câmbio]. O que os americanos estão fazendo é literalmente isso. Estão afundando o valor da sua moeda para torná-la competitiva", disse.

'É bom para a OMC, para o Brasil é neutro'
Segundo o ministro, a ida do brasileiro para o cargo máximo da principal instituição do comércio mundial não terá nenhum impacto direto para as relações comerciais do Brasil. “Não vai haver nenhuma grande mudança. Quem cuida da política comercial do país são as autoridades do próprio país”, disse.

De acordo com Pimentel, o impacto maior é mesmo uma questão de imagem. "Não tem impacto. Ele não vai trabalhar pelo Brasil, ele vai trabalhar pela manutenção das regras do comércio internacional e pelo aperfeiçoamento delas”, afirmou, reconhecendo, entretanto, que ter um brasileiro no comando da OMC é algo positivo para a imagem do Brasil.

“Não vai haver nenhuma grande mudança. Quem cuida da política comercial do país são as autoridades do próprio país”, disse. “É bom para a OMC, para o Brasil é neutro”.

Pimentel afirmou ainda que o Brasil tem trabalhado para avançar em termos de acordos bilaterais e negou que esta agenda esteja parada no governo.

“As pessoas as vezes confundem um pouco porque o Brasil como faz parte de um bloco econômico, que é o Mercosul, em relação aos acordos comerciais, tem que buscar aprovação dos parceiros”, afirmou.

“Acordos de investimento, de proteção de investimento, de cooperação tecnológica, nada disso está submetido ao Mercosul, então queremos avançar nesta direção”, completou, acrescentando que o Brasil já manifestou ao governo dos Estados Unidos o interesse de retomar as negociações de parcerias.

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