Walter começou 2015 disposto a dar certo no Fluminense.
Queria perder o peso que ganhou com o relaxamento nas férias, reencontrar os
gols que fez pelo Goiás em 2013 e deixar para trás a má impressão de 2014, ano
em que chegou às Laranjeiras cercado de expectativa, mas não correspondeu –
foram só nove gols em 41 partidas. Só que a cena do treino do último sábado, em
que tentou agredir o goleiro reserva Kléver com uma voadora (assista no vídeo acima), mostra que o
atacante ainda não conseguiu encontrar seu rumo no Tricolor.
A cabeça, reconhecida pelo próprio jogador como maior
adversária, anda pesada. O camisa 18 até aceita a reserva, mas está incomodado
como o pouco tempo que tem passado em campo. Dos seis jogos que o time fez no
Carioca, esteve em quatro. Sempre saindo do banco. Ao todo, foram 69 minutos
jogados e nenhum gol marcado. O único dele no ano, aliás, foi na pré-temporada.
Na derrota por 3 a 2 para o Colônia, da Alemanha, pelo Torneio da Flórida, nos
Estados Unidos, marcou o segundo do time (assista ao vídeo abaixo).
Na derrota por 1 a 0 para o Vasco, domingo, no primeiro
clássico do Fluminense na temporada, não entrou. Cristóvão Borges optou por
Kenedy, Gerson e Rafinha, que acabou expulso. No banco, Walter se irritou por
não participar da partida, algo que já aconteceu em outros momentos em 2014.
O peso, seu outro algoz, ainda atrapalha. Walter até
emagreceu na pré-temporada. Segundo ele, em uma semana foram cinco quilos. Mas não
avançou. A evolução, que era visível, parou. A falta de chances está
relacionada ao sobrepeso. Nas primeiras entrevistas do ano Cristóvão avisou que
o jogador só teria mais espaço se evoluísse fisicamente e tecnicamente. Walter
chegou a ser elogiado pelo preparador físico Rodrigo Poletto depois dos dez
dias de pré-temporada nos Estados Unidos, mas não bastou para que fosse além. E
quando não está emocionalmente estável, o atacante vacila.
- Eu, quando quero uma coisa, consigo. Mas quando relaxo,
desculpa os modos, eu sou uma m... Vai por água abaixo. É complicado demais.
Sou um pouco carente, né, cara? Se alguma coisa não estiver bem comigo, eu fico
malzão – disse ao GloboEsporte.com em recente entrevista.
Além do que se passa dentro do campo, Walter se abala com o
que está fora dele. Contratado em janeiro do ano passado por imposição do
presidente da Unimed, Celso Barros, o antigo patrocinador tricolor, o camisa 18
parou de receber a maior parte do salário, já que a empresa interrompeu o pagamento
dos direitos de imagem. Assim como outros jogadores que eram pagos pela
cooperativa de médicos, virou alvo de outras equipes. Flamengo, Goiás, Santos e
Grêmio tentaram contratá-lo, mas nada avançou até agora.
A diretoria tricolor, por sua vez, está aberta a negociar e,
em caso de boa proposta, não descarta negociá-lo. Ele tem contrato de
empréstimo até o fim deste ano, e o caso também envolve o Porto. Pelo acordo feito
com os portugueses no início de 2014, o Fluminense se comprometeu a adquirir
25% dos direitos econômicos de Walter até 31 de dezembro passado, mas não o
fez. Aquisição que pode ocorrer de duas formas: ou paga R$ 6,2 milhões ou cede
direitos econômicos de dois jogadores da base escolhidos pelos portugueses.
A
reportagem do GloboEsporte.com entrou em
contato com o empresário do jogador, Téo Fonseca, para falar sobre o
assunto. Por telefone, o agente disse que estava em reunião fora do país
e que só retornará nesta terça-feira.