Economia

Greve dos petroleiros entra em terceiro dia e atinge 42 plataformas na Bacia de Campos

No Centro do Rio, dezenas de manifestantes permaneciam acampados na área próxima ao edifício-sede da estatal

Manifestantes acampam em frente ao prédio da Petrobras, no Centro do Rio, contra leilão de Libra
Foto: Mônica Imbuzeiro / Mônica Imbuzeiro/Agência O Globo
Manifestantes acampam em frente ao prédio da Petrobras, no Centro do Rio, contra leilão de Libra Foto: Mônica Imbuzeiro / Mônica Imbuzeiro/Agência O Globo

RIO - A greve de petroleiros contra o leilão de Libra e contra trabalhadores terceirizados entrou neste sábado no terceiro dia com uma adesão que fica em torno de 90% a 100% nas unidades da Petrobras, de acordo com a Federação Única dos Petroleiros (FUP). A Petrobras não confirmou o nível de adesão. Ao todo, 42 plataformas estavam paralisadas na Bacia de Campos, além de campos de produção terrestre na Bahia e 22 plataformas marítimas e campos terrestres no Rio Grande do Norte e refinarias, segundo os sindicalistas. Na madrugada de sábado, petroleiros que embarcariam na P-55, plataforma que entraria em produção neste final de semana na Bacia de Campos, aderiram à greve. A federação pede reajuste salarial de 16,53% e a suspensão do leilão de Libra.

Com o acirramento da greve, a Petrobras convocou reunião de negociação para segunda-feira. Também está agendada uma audiência em Brasília convocada pelo Ministério Público do Trabalho para terça-feira, afirma o sindicato

Trabalhadores de Garoupa, que estavam na escala de embarque de sexta-feira à noite, aderiram à greve. Segundo a Federação Nacional de Petroleiros (FNP), os trabalhadores do litoral paulista também decidiram entrar em greve na noite desta sexta-feira.

A FUP diz que a Petrobras tenta manter a produção com equipes de contingência, colocando em risco os trabalhadores e a segurança das unidades. O sindicato acusa a empresa de impedir a saída de trabalhadores que estavam embarcados antes da deflagração da greve e informa que houve vazamento nas plataformas PCE-1 (Enchova) e P-15. Procurada, a Petrobras nega que tenha praticado ato de coação dos empregados na Bacia de Campos.

Sobre vazamentos, a Petrobras informa que, após análise técnica nas linhas do sistema de produção da plataforma de Enchova (PCE-1), não constatou vazamento de óleo. Em relação à plataforma P-15, foi identificado gotejamento de óleo, sem vazamento para o mar.