Durante visita a Ribeirão Preto (SP) nesta terça-feira (27), o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Fernando Grella Vieira, defendeu o fim dos desmanches como uma das alternativas para reduzir os índices de furto e roubo de veículos no Estado. Números divulgados na segunda-feira (26) pela SSP 122,28 mil casos de janeiro a julho deste ano em São Paulo, representando um crescimento de 5,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Em cidades como Ribeirão, o aumento nas ocorrências foi ainda maior, de 15%.
“Há um projeto de lei que o governador Geraldo Alckmin [PSDB] encaminhou à Assembleia Legislativa que se propõe a acabar com os desmanches, que são o grande foco de receptação e que fomentam furto e roubo de veiculo”, disse Grella, durante um encontro na Câmara para a criação de uma comissão permanente de Segurança Pública em Ribeirão Preto.
Segundo o secretário, o combate aos furtos e roubos também depende de outras ações envolvendo o poder público, como intensificação do policiamento e das apreensões de veículos, bem como reformulações na legislação que ampara a atuação dos agentes de segurança. Para isso, é preciso envolvimento do Legislativo em diferentes estâncias, segundo Grella.
“Há muitos aspectos na legislação, seja de execução penal, seja processual, que precisam ser revistos. A polícia atua em função da lei. Realizamos cem mil prisões nesse primeiro semestre. Evidente que não estão todos presos e muitos casos justificam a liberdade provisória, mas outros não. E a Polícia Civil fica no papel de enxugar gelo. Ela prende e o sistema solta”, afirmou.
Furtos e roubos
Dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública na segunda-feira apontam que em todo o Estado foram registrados 122.282 casos de furtos e roubos de veículos de janeiro a julho. Na comparação com o mesmo período de 2012, quando foram computadas 115.492 ocorrências, houve aumento de 5,8%.
Em Ribeirão Preto, a alta foi ainda maior. De janeiro a julho deste ano, a cidade registrou 2.341 furtos e roubos de automóveis, índice 15% maior em comparação a 2012. “Pegaram meu carro, levaram, arrancaram roda, banco, bateria, levaram tudo. Ficou sem nada, só com o motor”, disse um homem que prefere não ser identificado e teve seu veículo furtado no final de junho na Avenida Treze de Maio. O automóvel antes avaliado em R$ 9 mil foi encontrado no Jardim Aeroporto, mas já era tarde. “Depois disso, não valia nem R$ 2 mil.”