Economia

Caixa quer cobrar de clientes parte de prejuízo com fraude de funcionários

Quatro bancários fizeram operações fictícias em nome de correntistas para receberem R$ 4,2 milhões

BRASÍLIA — A Caixa Econômica Federal recorreu ao Judiciário para cobrar de clientes parte do prejuízo que teve com a fraude descoberta no posto instalado na sede do Ministério da Educação. O GLOBO revelou que um grupo de quatro bancários lotados na agência fez operações fictícias em nome de correntistas e beneficiou-se de R$ 4,2 milhões. Além de entrar na Justiça para reaver o dinheiro desviado por funcionários por meio de empréstimos fraudulentos, a Caixa Econômica Federal também está processando clientes que tiveram suas contas envolvidas na fraude.

Esses recursos são cobrados em uma ação que pede a condenação dos servidores por improbidade administrativa e quebra de sigilos bancários, fiscal e telefônico. No texto da ação, a instituição descreveu como funcionava o esquema e citou nomes de clientes que foram prejudicados. Um deles — que teve a conta usada pelos funcionários para o desvio de recursos — confirmou que é processado pelo banco em duas ações. Ele falou na condição de anonimato.

— Eu era cliente e sou réu. Estou sendo processado indevidamente, pois fui lesado e o advogado já comprovou isso — afirmou o correntista.

As duas ações são anteriores ao processo de responsabilização dos funcionários. O GLOBO questionou o banco, que informou que não cobra dos clientes nenhuma operação que tem indícios de fraude.

“A Caixa não promove a cobrança, se toma conhecimento de que o contrato é oriundo de fraude. Se posteriormente a Caixa identifica a fraude, são tomadas medidas pertinentes para cancelar a cobrança”, afirmou a instituição, por meio de nota divulgada pela assessoria de imprensa.

O caso foi descoberto há cinco anos após um cidadão receber extratos de contas que nunca abriu e procurar a Caixa para reclamar.