01/10/2013 22h08 - Atualizado em 01/10/2013 22h08

EUA têm de definir teto da dívida até dia 17, diz secretário do Tesouro

Jacob Lew disse que o Congresso não terá 'tempo suplementar'.
Ele enviou carta a congressista republicano avisando que restará US$ 30 bi.

Do G1, em São Paulo

O secretário do Tesouro americano, Jacob Lew, disse nesta terça-feira (1º) que o Congresso não terá "tempo suplementar" para aumentar o teto da dívida dos EUA, após 17 de setembro, de acordo com a France Presse.

Funcionário mostra cartaz em frente ao Capitólio, em Washington: 'Faça o seu trabalho para que eu possa fazer o meu' (Foto: Larry Downing/Reuters)Funcionário mostra cartaz em frente ao Capitólio, em Washington: 'Faça o seu trabalho para que eu possa fazer o meu' (Foto: Larry Downing/Reuters)

O Senado dos Estados Unidos, de maioria democrata, votou nesta terça contra a mais recente tentativa dos republicanos, maioria na Câmara, de modificar um projeto de lei de financiamento emergencial do governo. Nesta terça, agências federais, parques nacionais e programas do governo iniciaram o dia em "paralisação".

Depois desse prazo, "vão nos restar US$ 30 bilhões na Tesouraria para honrar os compromissos do nosso país", ressaltou Lew em carta enviada ao presidente da Câmara de Representantes, o republicano John Boehner.

Esse montante está "muito abaixo do que o Tesouro pode gastar em um único dia, que seriam cerca de US$ 60 bilhões", acrescentou o secretário Lew, que pediu aos congressistas que "ajam imediatamente".

Na carta, Lew ressalta que a falta de um acordo pelo orçamento, que forçou nesta terça o fechamento parcial de escritórios e agências do governo, não modifica as projeções para alcançar esse limite. Embora a falta de um orçamento para o ano fiscal 2014 "crie uma incerteza adicional", isso não modifica a posição do Tesouro, a menos que a paralisia se prolongue, acrescentou.

Os congressistas republicanos se negaram tanto a aprovar o orçamento para o ano fiscal iniciado nesta terça quanto a elevar o teto da dívida de US$ 16,7 bilhões. O país tem um déficit de cerca de US$ 60 bilhões de dólares por mês e precisa se endividar mais para financiar esse déficit.

O Tesouro tem conseguido operar no limite desde maio, recorrendo a "medidas extraordinárias" para pagar as contas do país - desde os salários e pensões até o serviço da dívida.

Lew ressaltou que essas medidas atingiram o esgotamento, o que torna necessário recorrer a novos endividamentos para 17 de outubro. Caso contrário, o país entrará em "default". "Se não contarmos com o dinheiro suficiente, será impossível que os Estados Unidos cumpram todas as suas obrigações pela primeira vez na história", escreveu Lew a Boehner.

Paralisação
Os serviços "pararam" porque o Congresso precisava aprovar, até a meia-noite (1h de terça-feira no Brasil), um Orçamento para permitir os gastos federais nesses locais, o que costuma ser feito com antecedência – mas o prazo terminou nesta segunda.
Sem esse orçamento, o governo federal vinha tendo seus gastos garantidos por permissões temporárias, chamadas de “resoluções continuadas”. A última, aprovada em março, expirou nesta segunda.

O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta terça-feira aos funcionários públicos federais dos EUA que a paralisação do governo era "completamente evitável" e que ele vai tentar convencer o Congresso a retomar as operações o mais breve possível.

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