14/05/2013 18h37 - Atualizado em 14/05/2013 18h46

Diretora da ANP celebra leilão, que arrecadou mais do que o esperado

'São R$ 823 milhões a mais do que eu esperava', disse Magda Chambriard.
Foram 30 grupos ganhadores no leilão: 18 estrangeiros e 12 nacionais.

Lilian QuainoDo G1, no Rio

Magda Chambriard entre diretores da ANP (Foto: Lilian Quaino/G1)Magda Chambriard entre diretores da ANP
(Foto: Lilian Quaino/G1)

A  diretora-geral da Agência Nacioal de Petróleo (ANP), Magda Chambriard, declarou-se satisfeita com o resultado da 11ª rodada de leilões de blocos exploratórios de petróleo e gás, realizada nesta terça-feira (14) no Rio. Segundo disse, de manhã ela previa um total arrecadado de R$ 2 bilhões, mas ao fim dos leilões por volta das 17h, o valor alcançou R$ 2,823 bilhões.

"São R$ 823 milhões a mais do que eu esperava. A expetativa de investimento é de R$ 7 bilhões, o que é espantoso, grandioso", disse ela, confirmando que 142 blocos foram arrematados.

Enquanto na rodada anterior,em 2007, o mais valor mais alto ferecido por uma empresa por um bloco foi de R$ 344 milhões. Esse valor foi superado nesta terça com a oferta de R$ 345 milhões por um bloco da foz do Amazonas em águas profundas, explicou Magda.

Para ela, o apetite das petrolíferas por áreas terrestres é um parâmetro para o sucesso que deverá ser a 12º rodada,  ser realizada em outubro, para exploração de gás não-convencional exclusivamente.

"Blocos terrestres na Bacia do Parnaína, no Maranhão e no Piauí, e na Bacia de Tucano Sul foram arrematados com grande interesse", disse Magda.

Segundo o balano de Magda, foram 30 grupos ganhadores -  18 empresas estrangeiras e 12 nacionais. Empresas de 12 países diferentes arrematram blocos.

"Ressaltamos o apetite da BG na rodada. Foi uma grande vencedora. É bom ver a OGX e a Queiroz Galvão se consolidando como operadoras de águas profundas e a Petra Energia se consolidando como operadora terrestre com apetite para gás natural. Foi uma grande satisfação ver o retorno da Total como operadora, ela que tinha pouco interesse no Brasil  e agora voltou com apetitie por áreas marítimas", disse a diretora da ANP.

Outros destaques, segundo Magda, são o retorno da BP em parceria com a Petrobras e como operadora, demonstrando que o Brasil está no foco da empresa, além das oportunidades oferecidas às pequenas e médias empresas, que arremataram blocos nas bacias do Recôncavo e de Sergipe. "Vendemos áreas em todos os setores licitados", comemorou Magda.

Os contratos  de concessão das áreas licitadas serão assinados em 6 de agosto para comemorar os 15 anos da ANP. Nessa data, os bônus de assinatura terão de ser pagos.
Ela prevê que em dez anos o país poderá estar exportando 1,5 milhão de barris por dia. "É uma alegria viver esse momento", disse.

11ª rodada
A 11ª rodada de petróleo da Agência Nacional de Petróleo (ANPx), prevista para ser realizada em dois dias, começou às 9h desta terça-feira (14) e terminou por volta das 17h30 com a arrecadação recorde de R$ 2,8 bilhões, batendo os R$ 2,1 bilhões arrecadados na 9ª rodada, em 2007.  A ANP divulgou em sua página na internet os resultados dos vencedores em cada uma das bacias.

Ao todo, 64 empresas foram habilitadas para 11ª rodada de Licitações da ANP, recorde que supera as 61 habilitadas da nona rodada. O objetivo do leilão, segundo a ANP, é promover o conhecimento das bacias sedimentares, desenvolver a pequena indústria petrolífera e fixar no país empresas brasileiras e estrangeiras. A agência afirma que mantém a regra de conteúdo local para fortalecer fornecedores nacionais de bens e serviços.

As empresas vencedoras terão de cinco a oito anos para desenvolver seus projetos e 30 anos para explorar seus campos, segundo a ANP.

A 11ª rodada acontece após mais de quatro anos depois doúltimo leilão de petróleo promovido pelo governo.

A realização da 11ª rodada foi aprovada em 2011 pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e aguardava, desde então, autorização da presidente Dilma Rousseff, o que ocorreu apenas em janeiro de 2013. O governo vinha adiando o leilão porque aguardava a aprovação da nova lei de rateio dos royalties entre União, estados e municípios.

Blocos arrematados
A Statoil Brasil arrematou quatro dos seis blocos oferecidos na Bacia Marítima do Espírito Santo - os dois outros ficaram com a Petrobras. A bacia está situada na porção norte da margem continental brasileira, ao longo da costa do estado do Espírito Santo. As empresas operadoras na bacia são Petrobras, Perenco e Repsol. A produção registrada em dezembro de 2012 foi de 23.081 bbl/dia de petróleo e 7.000 Mm³ de gás natural.

Thore E. Kristiansen, presidente da Statoil, anunciou que, na semana passada, a produção do campo Peregrino, na Bacia de Campos, que a companhia norueguesa opera, produziu 100 mil barris de petróleo por dia.

"Somos o segundo maior produtor no Brasil, e temos interesse em desenvolver nosso trabalho no país, que tem muito potencial. Há dois anos o cenário é estável e positivo. Queremos investir, crescer e criar mais empregos no Brasil", disse o excutivo.

A Petrobras arrematou dois blocos em terra na Bacia Potiguar, uma bacia madura situada no Rio Grande do Norte, no Nordeste brasileiro. É uma das dez bacias brasileiras produtoras de petróleo e gás natural, com 75 campos em terra e potencial para descoberta de óleo. Operam na bacia as concessionárias All Petro, Airclima Engenharia, Central Resources, Genesis 2000, Partex, Petrobras, Petrogal, Petrosynergy, Proen, Sonangol Starfish e UTC Engenharia. A produção em dezembro de 2012 foi de 53.363 bbl/dia de petróleo e 752 Mm³/dia de gás natural.

As petrolíferas Geopark, Imetame, UTC e Irati também arremataram blocos em terra na bacia.

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