21/06/2013 11h51 - Atualizado em 21/06/2013 13h14

MPL diz que não convocará novos protestos em São Paulo

Líder do movimento afirmou nesta sexta que 'objetivo inicial foi cumprido'.
Em nota durante a madrugada, grupo criticou violência em manifestações.

Do G1 São Paulo

O Movimento Passe Livre São Paulo (MPL-SP) informou, nesta sexta-feira (21), que não convocará novas manifestações pela cidade. A decisão ocorre dois dias depois da revogação do aumento das tarifas de ônibus, trens e Metrô, anunciada pelo governo do estado e pela Prefeitura.

"A gente conquistou uma vitória popular na cidade, que foi a revogação do aumento. A gente acha que isso é importante, e está claro que essa revogação foi fruto da mobilização chamada pelo Movimento Passe Livre. Não foi só o MPL que participou, se tornou uma revolta popular, uma coisa muito mais ampla que a gente. Mas uma vez que se revogou o aumento, o objetivo inicial das manifestações foi cumprido. E não tem sentido a gente continuar chamando as manifestações contra o aumento", disse Lucas Monteiro, um dos líderes do movimento, em entrevista ao SPTV.

A última manifestação convocada pelo movimento reuniu cerca de 100 mil pessoas nesta quinta-feira (20) na Avenida Paulista. De acordo com Lucas, o movimento vai continuar fazendo atividades relacionadas ao transporte, mas "neste momento não vai chamar novas manifestações".

MPL no Facebook (Foto: Reprodução / perfil do MPL no Facebook)Nota do MPL no Facebook, na madrugada de sexta
(Foto: Reprodução / perfil do MPL no Facebook)

Na madrugada desta sexta, o MPL havia divulgado uma nota na rede social Facebook criticando a violência contra grupos que não pertencem ao MPL e que também participaram da marcha desta quinta-feira (20) nas ruas de São Paulo.

Segundo post, o MPL presenciou “episódios isolados e lamentáveis de violência contra a participação de diversos grupos” durante a manifestação. De acordo com a nota, o MPL é “um movimento apartidário, mas não antipartidário” e repudiou os atos de violência direcionados a essas organizações ao longo da passeata que comemorou o recuo do governo na questão do preço das passagens de ônibus, metrô e trens na capital paulista.

Na quinta-feira, além do ato convocado pelo MPL na Avenida Paulista, outras manifestações foram realizadas por diferentes grupos que ocuparam ruas em bairros e chegaram a interditar também as rodovias Castello Branco, Anhanguera, Anchieta e Rodoanel durante a noite.

(O G1 acompanhou em tempo real as manifestações pelo país, em fotos e vídeos: veja relatos no Brasil inteiro, em São Paulo e no Rio.)

Na Avenida Paulista, o protesto teve marcha pacífica que avançou por diversas ruas da cidade, mas foi marcado por discussões entre manifestantes e representantes de grupos partidários. Uma pessoa ficou ferida.

Por volta das 23h, quando manifestantes começavam a se dispersar, um homem foi detido pela Polícia Militar (PM) portando coquetel molotov, na esquina da Paulista com a Rua Bela Cintra. Pouco depois, na Alameda Itu, dois foram detidos por pichar um orelhão. Apesar dos incidentes, não houve confrontos ou depredações. Integrantes do Partido dos Trabalhadores (PT) foram hostilizados desde o início da manifestação.

Eis o texto publicado no perfil do MPL no Facebook:

O Movimento Passe Livre (MPL) foi às ruas contra o aumento da tarifa. A manifestação de hoje faz parte dessa luta: além da comemoração da vitória popular da revogação, reafirmamos que lutar não é crime e demonstramos apoio às mobilizações de outras cidades. Contudo, no ato de hoje presenciamos episódios isolados e lamentáveis de violência contra a participação de diversos grupos.
O MPL luta por um transporte verdadeiramente público, que sirva às necessidades da população e não ao lucro dos empresários. Assim, nos colocamos ao lado de todos que lutam por um mundo para os debaixo e não para o lucro dos poucos que estão em cima. Essa é uma defesa histórica das organizações de esquerda, e é dessa história que o MPL faz parte e é fruto.
O MPL é um movimento social apartidário, mas não antipartidário. Repudiamos os atos de violência direcionados a essas organizações durante a manifestação de hoje, da mesma maneira que repudiamos a violência policial. Desde os primeiros protestos, essas organizações tomaram parte na mobilização. Oportunismo é tentar excluí-las da luta que construímos juntos.

Toda força para quem luta por uma vida sem catracas.

MPL-SP

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