21/05/2013 18h39 - Atualizado em 21/05/2013 18h39

Em ataque ao Google, chineses acessaram dados dos EUA, diz jornal

Oficiais norte-americanos confirmaram informação da Microsoft.
De acordo com o Google em 2010, invasores queriam dados de ativistas.

Altieres RohrEspecial para o G1

Os hackers chineses que atacaram o Google em 2010 queriam descobrir informações sobre investigações realizadas pelo governo dos Estados Unidos, e conseguiram ter acesso a esses dados, segundo a reportagem publicada pelo jornal "The Washington Post" nesta segunda-feira (20).

Em janeiro de 2010, a empresa de buscas revelou ter sido atacada por hackers chineses que obtiveram dados das contas de usuários de serviços da companhia, entre eles o Gmail. Os alvos seriam ativistas de direitos humanos. Nesta segunda-feira, o periódico americano apresenta, porém, uma outra versão da história, com base em informações da Microsoft e de fontes anônimas do governo americano.

Ainda em 2010, o site "Computerworld" publicou que a invasão ocorreu nos sistemas de interceptação usados pela empresa - o serviço que permite ao Google cumprir ordens judiciais e solicitações de dados da polícia. Na época, o Google informou, em comunicado, que o ataque não era isolado, mas, sim, parte de uma "campanha" de espionagem.

Só em abril deste ano a Microsoft revelou detalhes do ataque que sofreu na mesma época. Os alvos, porém, não eram ativistas. No ataque à Microsoft, os hackers queriam descobrir quais contas dos serviços na web da empresa estavam sendo vigiadas pela polícia. "Se pensar um pouco, isso é uma contra-inteligência brilhante", explicou David Aucsmith, diretor sênior do Instituto de Tecnologias Avanças em Governos da Microsoft, comentando o ataque.

"Se você quiser descobrir se os seus 'agentes' foram descobertos, você tem duas opções: tentar invadir o FBI e descobrir por lá, o que provavelmente é difícil, ou invadir [os sistemas] de quem recebeu as ordens judiciais, e descobrir assim. É essencialmente o que achamos que eles estavam tentando fazer, pelo menos no nosso caso", detalhou Aucsmith à revista "CIO".

Essa versão da história foi confirmada por fontes anônimas ao jornal "The Washington Post", segundo as quais a invasão ao Google teve o mesmo objetivo, e que dados sensíveis do governo norte-americano foram copiados.

De acordo com o jornal, o FBI e o Google não quiseram comentar a reportagem. Aucsmith, por sua vez, disse que suas declarações não refletem uma "análise específica dos ataques e de seus motivos". Os servidores da Microsoft também não teriam sido comprometidos, como aconteceu com o Google e com pelo menos outras 20 empresas envolvidas nos ataques.

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