Economia

Contra leilão de Libra, manifestantes protestam em frente ao prédio da Petrobras

Movimento reúne cerca de 300 pessoas e inclui petroleiros, Black Blocs e até simpatizantes da causa palestina
Protesto na Cinelândia, Centro do Rio, contra o leilão de Libra Foto: Urbano Erbiste / Extra
Protesto na Cinelândia, Centro do Rio, contra o leilão de Libra Foto: Urbano Erbiste / Extra

RIO - Cerca de 300 pessoas protestaram, no começo da noite desta segunda-feira, em frente ao prédio da Petrobras, no Centro do Rio, contra o leilão de Libra. O grupo é heterogêneo e inclui petroleiros, integrantes do grupo Black Bloc, simpatizantes da causa palestina e militantes do movimento LGBT. Por volta de 20h30m, a passeata começou a ser dispersada. No entanto, cerca de 15 pessoas, aparentemente moradores de rua, chegaram a atear fogo em sacos de lixo. A concentração do ato ocorreu na Candelária e chegou a fechar totalmente a Avenida Rio Branco, que já foi liberada, assim como a Avenida Chile e Almirante Barroso. Não houve impacto no trânsito, de acordo com o Centro de Operações do Rio.

Os manifestantes, que levavam faixas, cartazes e bandeiras de diversos partidos políticos, se reuniram a sindicalistas acampados em frente ao prédio sede da estatal. O clima era tranquilo no início da passeatas, mas o protesto assustou o público que chegava para uma apresentação no Theatro Municipal, na Cinelândia. A polícia fez um cordão de isolamento em volta do teatro. Da Cinelândia, cerca de 70 manifestantes seguiram para a zona Sul, pelo Aterro do Flamengo.

No início do protesto, em alguns momentos, manifestantes que usavam máscaras ou camisas para cobrir seus rostos eram abordados pelos policiais e tinham suas mochilas revistadas. Sempre que isso acontecia, os demais integrantes do protesto iniciavam marchas com palavras contra a polícia e o governo do estado. Entre os manifestantes era possível observar a presença de alguns sindicalistas do SEPE, além de estudantes uniformizados.

Esse grupo estava concentrado anteriormente na praça da Candelária. De lá, percorreram a Avenida Rio Branco, que chegou a ter o tráfego interrompido, mas já foi normalizado. O trânsito chegou a ser interditado na Avenida Chile e outras vias da região. Após as manifestações, a avenida foi liberada, assim como a Almirante Barroso. Segue interditada a Evaristo da Veiga, entre a Senador Dantas e a Rio Branco. Por volta das 21h45m, a Avenida República do Paraguai foi interditada, na altura da Praça Tiradentes, por razões de segurança, mas foi liberada. A Avenida Rio Branco também chegou a ficar fechada a partir da Avenida Presidente Vargas por cerca de uma hora, mas foi liberada por volta das 22h30m.

Esta é a segunda manifestação do dia contra o leilão de Libra. Mais cedo, na Barra da Tijuca, onde autoridades e empresas se reuniram para a cerimônia, houve confronto entre a Força Nacional e manifestantes.

A área de Libra foi arrematada nesta segunda-feira por um consórcio formado pela Petrobras e mais quatro empresas: Shell, a francesa Total, e duas estatais chinesas, CNPC e CNOOC. O grupo foi o único a oferecer um lance pela área, a primeira a ser licitada em regime de partilha. As empresas pagarão, daqui a um mês, um bônus de assinatura de R$ 15 bilhões, pelo direito de explorar o campo. Embalados pelo lema “o petróleo é nosos”, os manifestantes criticam a entrada de estrangeiras na exploração da maior reserva de petróleo do país.