O presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, assina nesta quinta-feira (12) acordo de acionistas com os governos do Amapá e de Roraima para a gestão compartilhada das distribuidoras de eletricidade CEA, no Amapá, e Cerr, em Roraima. O executivo participou do Energy Summit, evento sobre energia que acontece no Rio de Janeiro.
O acordo de gestão compartilhada dá à Eletrobras opção de compra depois que a empresa estiver saudável financeiramente.
"A Eletrobras não vai ter nenhum custo. É o governo do estado que entra com um aporte de recursos emprestado do governo federal. Vamos ajudar na gestão, mas a Eletrobras não entra com um tostão", disse.
Segundo disse, a vantagem da gestão compartilhada é que as distribuidoras tinham dívidas com a Eletrobras (R$ 700 milhões a CEA, e R$ 60 milhões a Cerr) que serão pagas. A Eletrobras já tem acordo de gestão compartilhada com a Celg, de Goiás.
Leilão de energia
Costa Neto afirmou ainda que a Eletrobras vai participar do leilão A-5 (para fornecimento de energia em 5 anos) em dezembro. "São Luiz do Tapajós e São Manoel são usinas estruturantes e são o principal interesse da Eletrobras", disse.
Luiz Fernando Rolla, diretor de Finanças e Relações com Investidores da Cemig, confirmou seu interesse na usina de Sinop, em Mato Grosso, arrematada em leilão pela Eletrobras em parceria com a Alupar, que anunciou que desistiria do negócio. A Cemig ficou em segundo lugar no leilão.
O leilão aconteceu em 29 de agosto e, naquele mesmo dia, em fato relevante, a Alupar anunciou sua intenção de desistir. A Alupar detém 51% do consórcio, e a Eletrobras, 49%.
O consórcio ganhou a disputa com a oferta de R$ 109,40 por MWh, deságio de 7,29% em relação ao teto, de R$ 118 por MWh. Nesse tipo de leilão, vence quem se dispuser a receber o menor valor pela energia a ser produzida. Sinop será construída no Rio Teles Pires, em Mato Grosso.
Segundo Costa Neto, a Alupar tem até a data da assinatura do contrato, em cerca de três meses, para confirmar sua desistência. Depois serão estudadas as opções de novas parcerias.
"Sinop é um empreendimento que nos interessa, tanto que participamos do leilão e ficamos em segundo lugar. O que a gente puder fazer de contribuição para que o empreendimento se viabilize, vamos fazer. A Eletrobras sempre um sócio bem-vindo", disse.
Ele também afirmou que vai participar do leilão A-5. "Queremos ser o concessionário perfeito para o regulador. Estaremos aqui para os leilões dos próximos dois mil anos", disse.