SÃO PAULO - O ministro da Fazenda Guido Mantega disse nesta segunda-feira em São Paulo, durante fórum sobre produtividade no Brasil, que é preciso ficar de "olhos abertos para que não haja uma contaminação de um aumento do dólar na inflação".
- O que nós podemos ter alguma preocupação é com o impacto da alta do câmbio na nossa inflação. Imagino que essa é a preocupação do Banco Central e é a nossa também -- disse, depois de palestrar em um fórum sobre produtividade brasileira, em São Paulo.
Mantega também salientou a importância do programa de venda de dólares do Banco Central. Embora o ministro considere que a retirada gradual dos estímulos do Fed (banco central americano) na economia americana vá diminuir as oscilações do dólar, ele frisou que é "importante ter essa arma (progrmaa de venda) na mão".
- Amanhã, um membro do Fed faz uma declaração infeliz e o dólar sobe. Não podemos achar que as oscilações terminaram. O Banco Central tem de estar atento - comentou.
Perguntado sobre o cronograma de concessões de infraestrutura, o ministro da Fazenda garantiu que até o fim do ano sairão mais três ou quatro leilões de rodovia e dois de ferrovias. Mantega frisou que o governo está "trabalhando intensamente" para tirar os projetos do papel.
PIB teria que crescer 4% ao ano para renda dobrar
Mais cedo, durante evento na Fundação Getúlio Vargas, Mantega disse ainda que não será possível dobrar a renda per capita dos brasileiros nos próximos 15 anos. O tema está sendo discutido no encontro da FGV. Mantega afirmou que em dez anos o país pode aumentar esse rendimento em 40%.
Para isso, segundo ele, a economia do país teria que crescer a um média de 4% ao ano e ter um incremento nos investimentos em 7% ao ano, de 2013 a 2022.
- Formar e educar novos trabalhadores aumenta a produtividade. Mas não temos 20 milhões de trabalhadores para colocar no mercado nos próximos 10 anos. Estamos escolhendo como estratégia um forte investimento em infraestrutura, que já começou com o Programa de Acelaração do Crescimento e com esse grande programa de concessões - disse o ministro.