Economia

Brasil se tornou credor externo em 2008

Movimento contribuiu para que as agências de classificação de risco melhorassem a nota brasileira e dessem grau de investimento ao país

BRASÍLIA - O Brasil tornou-se credor externo no início de 2008, quando, pela primeira vez, as reservas internacionais superaram o montante da dívida externa. O país terminou janeiro daquele ano com reservas de US$ 203 bilhões e dívida externa de US$ 196 bilhões. Ou seja, ficou credor em US$ 7 bilhões. A novidade foi comemorada pelo governo com pompa. O então presidente Lula afirmou que ser credor externo dava ao Brasil mais respeitabilidade e tranquilidade em relação às turbulências no resto do mundo.

Esse movimento contribuiu para que as agências de classificação de risco melhorassem a nota brasileira e dessem ao Brasil o grau de investimento, selo dado a países vistos como mais seguros pelos investidores. As agências ressaltaram a importância de o país ter se tornado credor em moeda estrangeira, pois isso significava que ele tinha condições de honrar seus compromissos externos.

Desde então, o governo vem mantendo a política de acumulação de reservas internacionais para se proteger de problemas no mercado externo. Os recursos podem ser usados, por exemplo, para ajudar a conter grandes oscilações no câmbio. Hoje, com a alta do dólar, a equipe econômica avalia se o Banco Central terá que vender moeda das reservas no mercado para ajudar a segurar a cotação da moeda americana.