23/10/2013 11h14 - Atualizado em 23/10/2013 12h08

'Empresa forte atrai empresa forte', diz presidente da Petrobras

Maria das Graças Foster se encontra com ministro Mantega nesta quarta.
Ela informou, em tom descontraído, estar 'trabalhando muito mais'.

Alexandro MartelloDo G1, em Brasília

A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, avaliou nesta quarta-feira (23), ao chegar ao Ministério da Fazenda para reunião com o ministro, Guido Mantega, também presidente do conselho de adminsitração da estatal, que a Petrobras é uma empresa forte. E acrescentou: "empresa forte atrai empresa forte".

"Está todo mundo ótimo. Eu estou contente, mas trabalhando mais, muito mais. Estamos trabalhando mais. Deixa eu subir para falar com o ministro", se limitou a dizer a presidente da Petrobras a jornalistas. Ela não respondeu perguntas sobre o preço dos combustíveis e a capacidade de a empresa realizar os investimentos necessários nos próximos anos.

Nesta segunda-feira (21), consórcio formado pela Petrobras, pela Shell, pela Total, e pelas chinesas CNPC e CNOOC, arrematou o campo de Libra e foi o vencedor do primeiro leilão do pré-sal sob o regime de partilha – em que parte do petróleo extraído fica com a União. A participação das petroleiras Shell e Total surpreendeu especialistas do setor e impulsionou as ações da estatal.

Único a apresentar proposta, contrariando previsões do governo, o consórcio ofereceu repassar à União 41,65% do excedente em óleo extraído do campo – percentual mínimo fixado pelo governo no edital. Nesse leilão, vencia quem oferecesse ao governo a maior fatia de óleo – o regime se chama partilha porque as empresas repartem a produção com a União.

A Petrobras terá a maior participação no consórcio vencedor, de 40%. Isso porque, embora a proposta aponte uma fatia de 10% para a estatal, a empresa tem direito, pelas regras do edital, a outros 30%. A francesa Total e a Shell terão, cada uma, 20%. Já as chinesas CNPC e CNOOC terão 10% cada.

O consórcio vencedor também terá que pagar à União um bônus de assinatura do contrato de concessão no valor de R$ 15 bilhões, cabendo à Petrobras o pagamento de R$ 6 bilhões. Além disso, as empresas precisarão de caixa para fazer frente aos investimentos no campo de Libra, estimados em US$ 181 bilhões nos próximos 35 anos pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Economistas têm questionado a capacidade de a Petrobras realizar os investimentos necessários no campo de Libra em um cenário no qual o preço dos combustíveis no mercado interno é considerado defasado em relação aos outros países - o que gera perdas para a empresa estatal.

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