A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, avaliou nesta quarta-feira (23), ao chegar ao Ministério da Fazenda para reunião com o ministro, Guido Mantega, também presidente do conselho de adminsitração da estatal, que a Petrobras é uma empresa forte. E acrescentou: "empresa forte atrai empresa forte".
"Está todo mundo ótimo. Eu estou contente, mas trabalhando mais, muito mais. Estamos trabalhando mais. Deixa eu subir para falar com o ministro", se limitou a dizer a presidente da Petrobras a jornalistas. Ela não respondeu perguntas sobre o preço dos combustíveis e a capacidade de a empresa realizar os investimentos necessários nos próximos anos.
Nesta segunda-feira (21), consórcio formado pela Petrobras, pela Shell, pela Total, e pelas chinesas CNPC e CNOOC, arrematou o campo de Libra e foi o vencedor do primeiro leilão do pré-sal sob o regime de partilha – em que parte do petróleo extraído fica com a União. A participação das petroleiras Shell e Total surpreendeu especialistas do setor e impulsionou as ações da estatal.
Único a apresentar proposta, contrariando previsões do governo, o consórcio ofereceu repassar à União 41,65% do excedente em óleo extraído do campo – percentual mínimo fixado pelo governo no edital. Nesse leilão, vencia quem oferecesse ao governo a maior fatia de óleo – o regime se chama partilha porque as empresas repartem a produção com a União.
A Petrobras terá a maior participação no consórcio vencedor, de 40%. Isso porque, embora a proposta aponte uma fatia de 10% para a estatal, a empresa tem direito, pelas regras do edital, a outros 30%. A francesa Total e a Shell terão, cada uma, 20%. Já as chinesas CNPC e CNOOC terão 10% cada.
O consórcio vencedor também terá que pagar à União um bônus de assinatura do contrato de concessão no valor de R$ 15 bilhões, cabendo à Petrobras o pagamento de R$ 6 bilhões. Além disso, as empresas precisarão de caixa para fazer frente aos investimentos no campo de Libra, estimados em US$ 181 bilhões nos próximos 35 anos pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Economistas têm questionado a capacidade de a Petrobras realizar os investimentos necessários no campo de Libra em um cenário no qual o preço dos combustíveis no mercado interno é considerado defasado em relação aos outros países - o que gera perdas para a empresa estatal.