Economia

Pneus verdes já são usados em um em cada dez carros produzidos no Brasil

Equipamento ajuda a reduzir o consumo — e você ainda vai ter um carro equipado assim

Com mais sílica na composição, pneus com baixa resistência à rolagem prometem 5% de economia de combustível
Foto: Arte Claudio Duarte
Com mais sílica na composição, pneus com baixa resistência à rolagem prometem 5% de economia de combustível Foto: Arte Claudio Duarte

RIO - Pneu verde. Juntas, as duas palavras soam contraditórias. Mas este conceito já calça um em cada dez carros produzidos no Brasil. E, até 2016, metade da frota fabricada por aqui terá o equipamento, concebido para reduzir o consumo e a emissão de poluentes.

Nesses tempos em que o InovarAuto acena com impostos menores para modelos mais eficientes, é natural que as fábricas de automóveis busquem soluções assim.

— Em teoria, todo carro terá que economizar combustível. Será preciso buscar isso por todos os meios, e o pneu é uma parte importante nessa conta — explica Roberto Falkenstein, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Pirelli.

Por oferecer menor resistência à rolagem, o pneu verde contribui, em média, para uma redução de 5% no consumo e de até 15% na emissão de gás carbônico (CO2). A diferença principal está na aplicação de sílica na borracha, no lugar do costumeiro negro de carbono. No aspecto ecologicamente correto, esta sílica é extraída da casca do arroz.

A sílica permite que o pneu trabalhe com temperaturas mais baixas e sofra menos deformação. O “embate” entre a borracha e o piso gera um desperdício de energia e calor, afetando o consumo.

— O foco principal é ter um pneu que desperdice menos energia. Mais de 90% dessa perda é provocada pelos compostos que existem no pneu — ressalta Argemiro Costa, da Sociedade dos Engenheiros da Mobilidade (SAE ).

Os fabricantes também tiveram que se mexer. Por lei, a partir de 2015, todos os pneus vendidos no Brasil terão uma etiqueta do Inmetro. Esta etiqueta trará informações sobre resistência à rolagem, eficiência de frenagem no molhado — classificados em letras de A (melhor) a G (pior) — e nível de ruído (em barrinhas). Os pneus G sequer poderão ser vendidos.

— Vai ficar ainda mais fácil para o consumidor entender o conceito de pneu verde, que a longo prazo estará em todos os automóveis fabricados no país — aposta Marco Moretta, diretor comercial da Michelin América do Sul.