Economia

Fundos de ações lideram as aplicações em julho

Investidor voltou às compras e Bolsa teve primeiro resultado positivo no ano

RIO - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) terminou julho com o primeiro mês de valorização desde dezembro do ano passado, com avanço de 1,64% do Ibovespa, principal índice do mercado brasileiro. O investidor estrangeiro voltou às compras, com volume líquido de R$ 583 milhões até o dia 29 de julho. Com a recuperação, os fundos de ações indexados ao Ibovespa, lideraram entre as principais aplicações, com rendimento de 4,07%. No ano, no entanto, ainda acumulam perdas de 18,52%.

As ações de Vale e Petrobras caíram bastante desde janeiro e foram beneficiadas pela melhora de humor no mercado. Assim, os investimentos que aplicaram dinheiro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em ações da Vale tiveram valorização de 10,62% e os fundos FGTS Petrobras subiram 9,16% no mês passado, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Estes investimentos não estão abertos a novas aplicações.

— A Bolsa vinha caindo muito nos últimos meses. Houve uma reação técnica. O crescimento fraco da economia vem segurando uma recuperação mais forte — disse o administrador de investimentos Fabio Colombo.

No ano, o Ibovespa recua 20,87%. Analistas afirmam que a recuperação de julho foi motivada por mudanças na percepção sobre a redução dos estímulos monetários na economia americana. Para Adriana Dupita, economista do banco Santander, a alteração pode começar em setembro, mas não há consenso no mercado quanto ao prazo.

Fundos Cambiais

Refúgio quando o mercado está pessimista, o ouro à vista negociado na Bolsa de Mercadorias e Futuros também teve forte valorização de 9,73% em julho, mas ainda recua 11,42% no ano.

No acumulado de janeiro a julho, os fundos cambiais despontam com a maior rentabilidade média do ano, com ganho de 10,64% em 2013, após avanço de 1,24% em julho. O rendimento perdeu força com o avanço de 2,24% do dólar comercial em julho, a menor valorização mensal desde abril, quando terminou o mês com queda de 0,99%. Mas economistas ainda esperam valorização da moeda americana até o fim do ano. Sidnei Nehme, diretor-executivo da corretora NGO, avalia que o dólar pode terminar o ano em R$ 2,40. O banco Santander projeta que a divisa termine em R$ 2,30, pouco acima do patamar atual. Marcelo Pacheco, gerente de fundos multimercados da gestora do Banco do Brasil, também vê maior espaço para alta do dólar.

— Falta dólar porque perdemos atratividade para investimentos e cada dado econômico que sai é pior — diz Nehme.

Com alívio da inflação, investimentos em renda fixa tiveram melhora em julho. Fundos DI renderam 0,63% e os de renda fixa tiveram ganho de 0,76%.