04/06/2013 07h21 - Atualizado em 04/06/2013 11h37

Índio morto em ação de reintegração de posse é enterrado em MS

Em Sidrolândia, índio terena morreu durante confronto com a polícia.
Briga entre fazendeiros e índios pelas terras da região segue intensa.

Do Globo Rural

O enterro de Oziel Gabriel foi na aldeia Córrego do Meio, em Sidrolândia. “A vida não tem preço. Vai ficar uma lacuna para sempre em nossos corações, mas não vamos desistir do nosso sonho”, diz o cacique Antônio Jorge.

“Meu país matou meu irmão, mas não matou as ideias, não matou o sentimento de justiça”, diz Elizur Gabriel, irmão do índio morto.

Em Campo Grande, a segunda-feira (03)  foi de reuniões. Os produtores, donos de 20 fazendas na área de 17 mil hectares reivindicada pelos índios, se reuniram com um advogado. Eles estão fazendo um levantamento dos prejuízos causados até agora, que vai servir de base pra uma ação indenizatória.

Os produtores vão solicitar ainda, em Brasília, a intervenção das forças federais na região ocupada pelos índios terenas. Eles acreditam que a presença do Exército no local pode evitar novos conflitos.

Na última sexta-feira (31), a Fazenda Buriti voltou a ser ocupada pelos índios. No domingo (02), a juíza Raquel Domingues do Amaral determinou a desocupação de forma pacífica, mas os índios dizem que até agora não foram notificados oficialmente para deixar a fazenda. Eles tiveram acesso ao documento impresso e rasgaram a cópia da decisão.

Depois de toda confusão, no fim da noite de segunda-feira (03), a Justiça suspendeu a liminar que dava 48 horas para que os índios saíssem da Fazenda Buriti.

A Justiça Federal, em Mato Grosso do Sul, anulou a liminar alegando que Ministério Público e a Funai não foram consultados. A sentença diz que o Estatuto do Índio estabelece que nenhuma medida judicial será concedida liminarmente em casos que envolvam interesses de silvícolas ou patrimônio indígena sem a prévia audiência da União e do órgão de proteção ao índio.

A Justiça também determinou que esses órgãos sejam intimados em um prazo de 36 horas.

Segundo a Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul, 65 fazendas estão ocupadas no momento por índios no estado.

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