SÃO PAULO - A taxa média de juro no crédito ao consumidor subiu em agosto, pelo quarto mês consecutivo. Das seis linhas de crédito pesquisadas pela Associação Nacional de Executivos de Finanças (Anefac), uma se manteve estável (rotativo do cartão de crédito) e cinco foram elevadas (juros do comércio, cheque especial, crédito direto nos bancos para financiamento de automóveis, empréstimo pessoal nos bancos e nas financeiras). Na média, a taxa de juros subiu de 5,48% em julho para 5,51% em agosto, o equivalente a 90,43% ao ano. É a maior taxa média de juro desde novembro de 2012.
No cartão de crédito, a taxa ficou estável em 9,37% ao mês, a mais alta entre as seis modalidades de crédito. Os juros praticados no comércio subiram de 4,10% para 4,11% em agosto. No cheque especial, a taxa se elevou de 7,77% para 7,81%. No crédito direto ao consumidor para compra de automóveis, a taxa subiu de 1,58% para 1,61%. A taxa do empréstimo pessoal nos bancos passou de 3,08% a 3,10% e nas financeiras subiu de 6,99% para 7,03%.
Para o coodenador de estudos econômicos da entidade, Miguel Ribeiro de Oliveira, a elevação pode ser atribuída ao último aumento da taxa básica de juros (Selic) promovida pelo Banco Central, de 8,50% ao ano para 9,00%. Para Oliveira, tendo em vista os atuais indicadores de inflação mostrando pressões inflacionárias, bem como o fato do índice oficial de inflação estar bem acima do centro da meta do Banco Central, de 4,5%, deverá ocorrer nova elevação da Selic na próxima reunião do Copom.
"Por conta disso, é provável que as taxas de juros das operações de crédito voltem a ser elevadas nos próximos meses", prevê o especialista.