Economia

Para líderes do G-8, o pior já passou na economia global

União Europeia e EUA se preparam para fechar acordo comercial ‘recorde’

ENNISKILLEN, Irlanda do Norte – Líderes dos integrantes do G-8, o grupo dos sete países mais industrializados do mundo (EUA, Alemanha, Japão, Reino Unido, Canadá, França e Itália) e a Rússia, avaliam que o pior da crise global já passou. Na análise dos dirigentes, embora as perspectivas para a economia global continuem fracas, os riscos de piora foram afastados pelas medidas tomadas nos EUA, na zona do euro e no Japão e pela resiliência dos mercados emergentes. A informação foi dada por um assessor do primeiro-ministro britânico, David Cameron, após encontro dos líderes sobre incentivos a crescimento e emprego, conforme a Bloomberg News.

Com a desaceleração da economia chinesa ampliando as preocupações com o enfraquecimento da atividade global, as autoridades dos países do G-8 vêm sendo pressionadas a promover o crescimento e reduzir o desemprego. A economia na zona do euro está encolhendo pelo segundo ano. Já o Reino Unido dá sinais de retomada após uma recaída.

O maior acordo bilateral

Nesta segunda-feira, no primeiro dia do encontro, os dirigentes anunciaram o início das negociações entre EUA e União Europeia, que, de acordo com Cameron, será o maior acordo bilateral de todos os tempos, com a possibilidade criar dois milhões de postos de trabalho e ampliar as economias europeia e americana em US$ 160 bilhões e US$ 122 bilhões, respectivamente. Além disso, o resto do mundo se beneficiaria de uma expansão de US$ 136 bilhões.

A expectativa é de um tratado ambicioso, que eliminará boa parte das tarifas de comércio e harmonizará a regulação em diversos setores, incluindo mecanismos de comércio e investimentos. A primeira rodada de conversas acontece em um mês, em Washington.

Cameron anunciou as negociações junto com o presidente americano, Barack Obama, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, e o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy. O protocolo foi cumprido após reunião da qual também participaram a chanceler alemã, Angela Merkel, o presidente francês, François Hollande, o premier italiano, Enrico Letta, e o premier irlandês, Enda Kenny.

O sinal verde para as conversas veio na semana passada, quando a França convenceu os EUA a tirar da mesa de negociações a indústria de audiovisual — produção musical, de filmes e de TV. O êxito dos franceses levou a um receio, nos outros países, de que os EUA poderiam pedir as suas próprias exceções — para o setor financeiro, por exemplo. É certo que haverá arestas no setor agropecuário, área na qual as relações já são difíceis, apontou o “Financial Times”. Na última década, iniciativas para liberar o comércio foram lançadas com entusiasmo, mas se arrastaram por anos e deram pouco resultado.