15/05/2013 10h26 - Atualizado em 15/05/2013 11h47

Saiba como são feitas as cirurgias de desvio de septo e orelha de abano

Para operar o septo, é preciso avaliar se a obstrução do ar é significativa.
No caso da orelha de abano, médico alerta que problema não é só estético.

Do G1, em São Paulo

Você já parou para analisar a sua respiração? Será que você respira apenas por uma narina? Isso pode ser um sinal de desvio de septo, um problema que acontece quando a deformidade do septo nasal - estrutura que separa as duas narinas - acaba obstruindo a passagem de ar, como explicou o otorrinolaringologista Marcelo Hueb no Bem Estar desta quarta-feira (15).

O médico explicou, no entanto, que praticamente todas as pessoas têm algum grau de desvio de septo, mas não necessariamente têm esse problema. O que muda é que, em alguns casos, o comprometimento da respiração pode ser imperceptível, enquanto nos outros, pode prejudicar a qualidade de vida do paciente. Nessas situações mais graves, caso os medicamentos não façam mais efeito e a obstrução do ar seja muito grande, é indicada a cirurgia.

Arte Bem Estar Respiração 2 (Foto: Arte/G1)

Geralmente, a orientação é de que o paciente opere o desvio de septo no fim da adolescência, quando o septo nasal já cresceu por completo.

No entanto, caso a criança tenha o problema e respire pela boca, ela pode acabar prejudicando seu desenvolvimento da face e do tórax e, por isso, quando não há outra alternativa, a cirurgia pode ser feita. Porém, como explicou o médico, quando corrigido na infância, o desvio pode voltar com o tempo.

Se corrigido após a adolescência, o desvio só volta caso o paciente sofra um trauma após a cirurgia ou se, durante a cicatrização, a cartilagem for "puxada" para um dos lados, voltando a entupir o nariz. Por isso, é importante que o médico fixe a cartilagem novamente no osso no fim da operação. De acordo com o otorrinolaringologista Marcelo Hueb, o paciente operado tem um resultado muito bom, mas deve saber que nunca vai respirar igualmente pelas duas narinas porque sempre haverá uma pequena obstrução em um dos lados.

Porém, muitas pessoas acabam utilizando descongestionantes nasais para desobstruir a passagem do ar e é preciso tomar muito cuidado com o excesso.

Esses medicamentos, que têm seu efeito de 2 a 8 horas, podem levar a pessoa a criar uma espécie de "vício". Além disso, o uso excessivo desses remédios pode irritar a mucosa e afetar a pressão sanguínea e até mesmo os batimentos cardíacos.

Em alguns casos, a dificuldade para respirar pode ser ainda maior porque geralmente, quem tem desvio de septo acaba tendo problemas também por causa dos cornetos nasais, estruturas ricas em vasos sanguíneos que incham e murcham o tempo todo.

Isso porque, quando uma narina fica "bloqueada", o funcionamento desses cornetos é prejudicado e eles ficam inchados o tempo todo, atrapalhando ainda mais a passagem de ar. Por isso, caso o paciente vá fazer a cirurgia do septo, o médico acaba cauterizando ou até mesmo removendo parte do corneto nasal.

No entanto, como explicou o otorrinolaringologista Marcelo Hueb, o médico precisa tomar muito cuidado durante esse procedimento para que a cauterização ou remoção não sejam muito grandes e prejudiquem as funções dos cornetos nasais de umidificação e aquecimento do ar. Se isso acontecer, o ar entra pela narina sem nenhum tipo de resistência e o paciente pode perder a sensibilidade e não sentir mais a própria respiração, ficando com a sensação de estar sempre com o nariz entupido.

Há ainda a adenoide, que muitas pessoas chamam de carne esponjosa. Localizada atrás do nariz, uma de suas funções é defender o organismo já que retém microorganismos, mas podem ocorrer dois problemas que podem atrapalhar a respiração: inflamações causadas pelas bactérias e fungos que se depositam na adenoide ou quando ela cresce demais.

Essas complicações são mais comuns em crianças e os sinais de alerta geralmente são respiração pela boca, ronco, sono agitado ou até mesmo xixi na cama. Geralmente, a adenoide diminui de tamanho com o passar da idade, mas caso isso não aconteça, ela deve ser removida com cirurgia.  

Orelha de abano
O cirurgião plástico Dênis Calazans esteve no Bem Estar desta quarta-feira (15) para explicar como é feita a cirurgia para corrigir esse problema, que não é apenas estético porque causa grande desconforto social e psicológico, principalmente nas crianças.

Geralmente, ela é indicada após os 6 ou 7 anos de idade, quando a orelha já teve seu total desenvolvimento anatômico. O paciente mais velho recebe anestesia local, mas no caso das crianças pequenas, a sedação é completa. Segundo o cirurgião, a operação costuma demorar uma hora: a técnica consiste em um corte atrás da orelha, desde o lóbulo até o polo superior. Depois, o excesso de cartilagem é retirado e o médico faz incisões e pontos para moldar a parte anterior da orelha, que na maioria das vezes não tem dobras. 

O pós-operatório geralmente é rápido e pouco dolorido. O cirurgião explicou que alguns planos de saúde cobrem a cirurgia porque a reconhecem como um procedimento reparador. No entanto, o SUS a considera uma cirurgia estética e, por isso, não cobre.

*No vídeo ao lado, os médicos respondem perguntas dos internautas sobre desvio de septo e orelha de abano. Confira!

Shopping
    busca de produtoscompare preços de