Edição do dia 31/12/2013

31/12/2013 08h28 - Atualizado em 31/12/2013 08h29

Aulas em simulador serão obrigatórias para futuros motoristas

Os novos condutores vão descobrir - sem riscos - o que fazer na chuva, de noite ou com neblina, por exemplo.

 

Quem pretende tirar a carteira de motorista em 2014 agora vai ter aulas também num simulador, além das aulas teóricas e práticas. Os futuros motoristas vão ter que fazer cinco aulas nesse simulador.

Para todos os motoristas foi assim: primeiro a teoria, depois aulas práticas com o instrutor do lado e quem passasse nos testes estava pronto para dirigir. Será? E aquele medo nos primeiros dias atrás do volante?

Nada substitui a experiência, mas quem tirar a habilitação a partir do ano que vem vai ter ajuda para lidar com as situações novas. A tecnologia desenvolvida para vídeo games foi colocada a serviço da educação e da segurança.

Os simuladores de direção vão além das imagens realistas nas telas planas. Volante, marcha, pedais, tudo obedece a programas de computador desenvolvidos para o novo condutor descobrir - sem riscos - o que fazer na chuva, de noite ou com neblina, por exemplo.

“Ele abre os reflexos da pessoa, ele abre a resposta que a pessoa vai ter numa situação adversa. Ela já vai ser pré-educada aqui a como agir numa situação de risco”, explica o instrutor Roger Macedo.

Esses simuladores custam perto de R$ 40 mil. É um investimento alto, mas a compra não é obrigatória. Um centro de formação de condutores de São Bernardo do Campo, em São Paulo, fechou um contrato de comodato com o fabricante e vai pagar pelo uso. Ele acredita que as 40 autoescolas da cidade vão encaminhar os alunos para as aulas nesses equipamentos.

“Esse simulador é pra atender a região. Ele pode ser de uso compartilhado. Nós aqui vamos obter nove simuladores”, afirma Neuclair Silvestrini, diretor do Centro de Formação de Condutores.

A lei, que entra em vigor no dia 1º de janeiro, exige cinco aulas de meia hora cada. A fiscalização da aula é eletrônica. Todo aluno será identificado por um leitor de digitais e, durante cada aula, cinco fotos serão tiradas e enviadas para os Detrans para provar que ninguém tomou o lugar do candidato. O setor teme que toda essa tecnologia dificulte a implantação no país inteiro.

“O estado de São Paulo é um estado q está bem adiantado em relação a isso. Nós temos a coleta biométrica, que afere o devido cumprimento da carga horária das aulas. Mas e nos outros estados? Nós vamos ter no país vários processos de formação de condutores diferentes?”, questiona José Guedes, presidente das auto e motoescolas do estado de São Paulo.

Também em todo o país, os simuladores vão ter que oferecer treinamento para dez situações simuladas. Uma das situações previstas no programa tem recebido críticas. É o modo alcolemia, que simula a direção de um motorista embriagado. A imagem fica um pouco turva e o computador demora um pouco pra reagir aos comandos. Algumas pessoas dizem que essa função pode ajudar a ensinar os motoristas a dirigirem bêbados.

Mas a embriaguez virtual não foi incluída nas aulas. Vai ser apenas um teste de dois minutos para mostrar aos novos motoristas - normalmente jovens de 18 anos - o risco de beber e dirigir.

“Eles percebem que realmente os reflexos dele ficam totalmente prejudicados, então ele tem essa consciência desse perigo que é dirigir sob efeito do álcool”, conta Sheila Borges, diretora da fabricante.

O Denatran reafirmou em nota que a decisão sobre o uso dos simuladores é irrevogável, mas a implantação desses equipamentos vai respeitar a realidade de cada estado. Segundo o Sindicato das Autoescolas, o preço das aulas deve subir em torno de 15%.

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