Reuters

18/09/2013 20h45 - Atualizado em 18/09/2013 21h02

BC pode diminuir intervenção no câmbio, diz Mantega

Após manutenção de estímulos do Fed, ministro diz que redução é possível.
Ele acredita em menor volatilidade do mercado, o que é bom para negócios.

Da Reuters

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quarta-feira (18) que a decisão do Federal Reserve de manter o ritmo do programa de estímulo monetário pode levar o Banco Central brasileiro a diminuir a intensidade da intervenção no mercado de câmbio.

O Fed afirmou nesta quarta que continuará comprando títulos ao ritmo de US$ 85 bilhões por mês, surpreendendo os mercados financeiros que esperavam uma redução no estímulo econômico do banco central dos EUA.

O BC lançou no fim de agosto um plano diário de intervenção no mercado de câmbio, com potencial de US$ 60 bilhões até o final do ano, para conter a escalada da moeda-norte americana.

O programa foi lançado após o dólar bater em R$ 2,45, a maior cotação em quase cinco anos, diante da expectativa do mercado de que o Fed reduziria o estímulo monetário, enxugando a liquidez mundial, provocando uma correção nos ativos financeiros em todo o mundo.

Nesta quarta-feira, depois do anúncio do Fed, o dólar fechou em queda 2,89%, a R$ 2,1942 na venda, menor patamar desde o fim de junho. "Provavelmente o Banco Central poderá diminuir a sua intervenção", afirmou o ministro da Fazenda a jornalistas, em São Paulo, na noite de quarta-feira.

Ao ser questionado se entende que a autoridade monetária utilizará todo os US$ 60 bilhões do programa, diante da nova realidade imposta pelo Fed, Mantega respondeu: "Acredito que não, mas é importante que ele tenha esse trunfo no bolso do colete."

A desvalorização da moeda norte-americana foi vista pelo ministro como um sinal de que o mercado poderá atravessar um período de menor volatilidade. "A valorização do real em relação ao dólar significa que pode estar havendo uma redução da volatilidade, o que é muito bom para o ambiente de negócios", afirmou o ministro.

Para Mantega, a própria expectativa de que o Fed continuará injetando grande liquidez nos mercados deve contribuir com o desempenho da economia brasileira diante de sinais de força da atividade.

"É possível pensar em um crescimento econômico um pouco superior a 2,5% neste ano", afirmou o ministro.

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