15/10/2013 07h14 - Atualizado em 15/10/2013 07h14

Excesso de cebola provoca queda no preço do produto em São Paulo

Plantio da cebola atrasou em propriedades de Monte Alto, em São Paulo.
Atraso fez com que a colheita da cultura coincidisse com outros Estados.

Do Globo Rural

O plantio da cebola atrasou em propriedades de Monte Alto, em São Paulo. Esse atraso fez com que a colheita da cultura coincidisse com outros Estados, o que provocou a queda na cotação do produto no mercado. A produção na região deve chegar a 60 mil toneladas da cultura.

O agricultor Wilson Marcussi não tem do que reclamar nem da produtividade nem da qualidade da cebola. Ele deverá colher 25 mil toneladas da cultura nos 20 hectares plantados na propriedade em Monte Alto, região nordeste de São Paulo.

A média produzida pela fazenda é boa para a região, mas a remuneração desanima o agricultor. A saca de 45 quilos é negociada a R$ 9,00, com redução de R$ 6,00 em relação ao custo de produção. “No ano passado, chegamos a vender a cebola por cerca de R$ 27,00 a R$ 30,00 o saco. Hoje, está em torno de R$ 9,00 a R$ 10,00 o saco de cebola”, diz Marcussi.

O preço é resultado de uma mudança no calendário do campo. O excesso de chuva no final de março e início de abril adiou em um mês a formação da lavoura. Como o plantio atrasou, por consequência, a colheita também começou mais tarde. Dessa forma, a safra de Monte Alto, que corresponde a um terço da produção paulista, coincidiu com a colheita de Estados como Goiás, Minas Gerais e Santa Catarina.

Em São Paulo, a colheita começou há duas semanas e só deve terminar no final do mês. Há muita cebola no mercado e pouco poder de negociação para o produtor. A saída encontrada pelo agricultor José Augusto Sator foi armazenar as cebolas. Ele tem 300 toneladas guardadas em caixas de madeira e espera armazenar outras 200 toneladas de cebola.

“Eu acredito que o preço vá melhorar porque a safra aqui já terminou. Aí eu tenho uma mercadoria e pego um precinho um pouco melhor pra ver se eu me salvo do prejuízo desse ano”, diz Sator.

Mas a maioria dos produtores de monte alto não tem galpões para armazenamento. Muitos agricultores ainda não sabem se irão continuar a colheita. “Se tiver pessoas que comprem, sim. Caso contrário, eu vou parar o corte da cebola. Vou deixar a cebola no chão. Não compensa mais ficar retirando sem saber se vou vender. Fica mais complicado. Vou ter mais despesa”, diz Marcussi.

 

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