Economia

Congonhas não é atraente à iniciativa privada, afirma Moreira Franco

Ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC) disse ainda que governo “não está discutindo” privatização de Congonhas nem do Santos Dumont (RJ)
Fora de cogitação. Governo “não está discutindo” a privatização de Congonhas neste momento, diz Moreira Franco Foto: Michel Filho / Agência O Globo
Fora de cogitação. Governo “não está discutindo” a privatização de Congonhas neste momento, diz Moreira Franco Foto: Michel Filho / Agência O Globo

SÃO PAULO - O ministro da Secretaria da Aviação Civil (SAC), Wellington Moreira Franco, frisou nesta segunda-feira, em conversa com jornalistas, que o governo “não está discutindo” a privatização de Congonhas neste momento. O mesmo ele voltou a dizer quando perguntado se Santos Dumont, no Rio, também poderá a ir para leilão.

Moreira Franco afirmou que o aeroporto de Congonhas, na cidade de São Paulo, não é atraente para concessionários privados, por conta de sua localização, que não possibilita ampliação.

— Você acha que algum investidor vai se interessar por um aeroporto dentro da cidade e que não tem condições de crescer? — disse o ministro.

Minutos depois do questionamento do ministro, um dirigente da CCR (companhia que arrematou o aeroporto de Confins na última sexta-feira), que estava na plateia, enviou um bilhete à mesa de Moreira Franco no qual dizia que a empresa tem interesse em adquirir a concessão do aeroporto paulistano.

O ministro afirma que o resultado dos leilões de Galeão, no Rio, e Confins, em Minas Gerais, foi "extremamente positivo". Mas reconheceu que, durante a Copa, o passageiro ainda não verá mudanças nos terminais.

— Enquanto se está fazendo obra, não é fácil oferecer conforto — afirmou, durante almoço com empresários em São Paulo.

Ele reiterou diversas vezes a necessidade de ser feita "o mais rápido possível" uma licitação para a contratação de uma grande operadora internacional para prestar consultoria à Infraero.

— Precisamos trazer a Infraero para o século XXI.

Embate ideológico

O ministro admitiu ainda que o governo “perdeu tempo” com embates ideológicos e “com o debate sobre a entrega do país”, até decidir privatizar os cinco maiores aeroportos brasileiros — Guarulhos, Viracopos, Brasília, Galeão e Confins.

— Felizmente, isso acabou — disse, referindo-se à aversão de membros do governo petista à privatização. — Dilma é quem mais concessionou. Mais que Lula, Fernando Henrique e Itamar — completou.