Economia Emprego

Americanos, alemães e franceses são os que mais odeiam seu trabalho, revela pesquisa

Maioria dos canadenses gosta do que faz. Levantamento foi feito com oito mil pessoas nos EUA, Canadá, Índia e países da Europa

RIO - Você se sente feliz ao sair para trabalhar toda manhã? Se a resposta foi sim, você pode ser considerado uma exceção. Como mostra pesquisa feita com oito mil pessoas nos Estados Unidos, Canadá, Índia e alguns países da Europa, a maioria dos entrevistados deu como resposta um 'não' bastante enfático. E os americanos são os que mais odeiam seu trabalho: 15% confessaram detestar seus empregos.

O levantamento feito pela Monster.com em parceria com a empresa de pesquisa de mercado GFK revela que 53% dos americanos gostam do que fazem, enquanto 31% não gostam. Os canadenses, por sua vez, são os trabalhadores mais satisfeitos com seus empregos: 64% gostam do trabalho que escolheram, mas 29% não gostam. Apenas 7% dos entrevistados canadenses disseram odiar o que fazem. Na Holanda, o percentual de profissionais que gostam de seus empregos também é razoável: 57%. Já 35% não gostam e 7% odeiam seu trabalho.

Os franceses, por sua vez, também não gostam de seus empregos (48%), enquanto 9% odeiam. Já o percentual daqueles que gostam do que fazem profissionalmente é de 43%, quase a mesma taxa registrada no Reino Unido, onde 46% dos entrevistados gostam do seu trabalho. Já 31% não gostam e 12% odeiam.

A maioria dos alemães (54%) não gosta nada de seus empregos e 10% deles odeiam o que fazem. Já o percentual daqueles que estão satisfeitos com seu trabalho é de 34%.

“Há vários estudos que mostram que os europeus têm mais dias de férias, ou um melhor equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. Por outro lado, pesquisas apontam que os americanos trabalham muitas horas”, explica Joanie Ruge, vice-presidente sênior do site Monster Worldwide. “Mais empresas estão tentando fazer mais trabalho com menos gente”.

Os dados não revelam nenhuma surpresa, uma vez que os Estados Unidos têm algumas das práticas de trabalho mais atrasadas do mundo. É um dos poucos países onde os trabalhadores, no geral, não têm férias anuais remuneradas ou licença-maternidade remunerada por lei. Os mais bem remunerados nos EUA trabalham de 60 a 80 horas por semana e, em geral, os americanos têm alguns dos horários de trabalho mais longos entre as nações desenvolvidas. Isso, no entanto, não significa necessariamente que seja o país mais produtivo. Na Alemanha, por exemplo, a média de trabalho é de 35 horas semanais, mas o país se mantém como a quarta maior economia do mundo.

Ainda de acordo com o vice-presidente do Monster.com, os gestores do Canadá estão concentrando seus esforços em melhorar o envolvimento dos funcionários e da felicidade no trabalho, o que poderia explicar a diferença do percentual daqueles que estão satisfeitos com seus empregos.