Economia

Déficit em transações correntes atinge US$ 67,5 bilhões e bate recorde histórico

No mês passado, o déficit foi de US$ 7,132 bilhões, recorde para meses de outubro

BRASÍLIA. Debilitado, pelo fraco desempenho da balança comercial brasileira,o déficit em transações correntes atingiu a cifra recorde de US$ 67,54 bilhões no acumulado de janeiro a outubro de 2013, informou nesta sexta-feira o Banco Central. O resultado foi 70% maior do que o montante registrado no mesmo período de 2012, quando as contas foram negativas em US$ 39,56 bilhões.

Para se ter uma ideia do tamanho do rombo, em todo o ano de 2012, as transações do Brasil com o exterior, incluindo comércio, serviços e outros, ficaram deficitárias em US$ 54,23 bilhões.

No mês passado, o déficit em transações correntes foi de US$ 7,132 bilhões, recorde para meses de outubro. O resultado mensal foi influenciado pelo saldo negativo de 224 milhões na balança comercial e, sob forte impacto das viagens internacionais, a conta de serviços, que ficou negativa em US$ 4,946 bilhões.

A deterioração nas contas externas é ainda mais forte, quando o período observado são os últimos doze meses, até outubro: o déficit em transações correntes atingiu US$ 82 bilhões, valor que corresponde a 3,67% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país). Esse percentual é o maior desde março de 2002, quando a taxa apurada foi de 3,68% do PIB.

Os investimentos estrangeiros diretos (IED) somaram US$ 49,14 bilhões de janeiro a outubro deste ano, valor 11% abaixo do total contabilizado no mesmo período de 2012. Em outubro, o ingresso US$ 5,362 bilhões, ante US$ 7,730 bilhões no mesmo mês de 2012.

A conta de viagens internacionais registrou um déficit de 1,780 bilhão de dólares em outubro. Enquanto os gastos dos brasileiros lá fora somaram US$ 2,314 bilhões - mais um recorde - o ingresso de dólares pagos por turistas estrangeiros no Brasil ficou em US$ 533 milhões.

O chefe do chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, disse que o aumento do déficit em transações correntes já era esperado no início deste ano. Ele destacou que, com o crescimento da economia, aumentam as importações. Por outro lado, ao longo do ano foram registrados sucessivos saldos negativos na conta petróleo.

- De um lado, tem a atividade econômica e, de outro, a demanda por bens e serviços externos. O crescimento das importações reflete esse setor - comentou Maciel.