27/09/2013 06h57 - Atualizado em 27/09/2013 07h04

Seca intensa provoca falta de água para lavouras e animais no sertão de AL

No sertão do estado, estiagem prejudica cada vez mais os agricultores. Alguns não conseguem plantar nada há três anos.

Do Globo Rural

No município de Pariconha, alto sertão de Alagoas, durante a estação das chuvas, que vai de maio a agosto, quem predominou foi o sol e a estiagem, que já era intensa, está se prolongando.

A situação é mais crítica perto da divisa com o estado de Pernambuco, uma região onde a vegetação a cada dia está mais seca. Só mesmo o verde dos cactus se mantém vivo em meio às altas temperaturas.

Em Pariconha choveu tão pouco no inverno que não deu sequer para juntar água nos açudes e barreiros. A água armazenada em reservatórios serve para matar a sede dos animais de criação. O volume de chuva, este ano, foi um terço do esperado pelos agricultores.

O barreiro comunitário do povoado Vieira Moxotó também está completamente seco, para a tristeza dos moradores.

Petronilo dos Reis mostra a situação do Rio Moxotó após o inverno. O rio é temporário, só tem água no período chuvoso, e divide os estados de Alagoas e Pernambuco.

Diferente de outras épocas, nem mesmo cavando ele conseguiu retirar água do fundo do leito e esta era a alternativa que restava para dar de beber ao pequeno rebanho de cabras. O criador já teve que se desfazer das poucas cabeças de gado que possuia para não ver os animais morrerem de sede e teme pelos próximos meses. A única água que a família dispõe é a da cisterna, fornecida pelos caminhões-pipa.

Em um assentamento onde vivem 100 famílias de agricultores, Maria José de Jesus mostra a produção de feijão de todo o período do inverno: 240 quilos, menos de 20% do que ela imaginava colher. A palha seca do feijão e dos pés de milho que não resistiram ao calor, Maria José dá ao gado. Está sendo muito difícil conseguir água.

Em Santana do Ipanema, as chuvas mudaram a cor da vegetação e deixaram alguns reservatórios com um pequeno volume de água, mas o coordenador da Defesa Civil, Edmilson Silva, alerta: as reservas de água não vão durar muito tempo.

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