Economia

Ao menos seis consórcios vão disputar a licitação do Galeão

Leilão atrai interesse de operadores de Cingapura a Alemanha

Disputa pelo Galeão: operadores estrangeiros terão pelo menos 25% dos consórcios
Foto: Simone Marinho / Agência O Globo
Disputa pelo Galeão: operadores estrangeiros terão pelo menos 25% dos consórcios Foto: Simone Marinho / Agência O Globo

RIO E BRASÍLIA - A dois meses do leilão do Galeão e de Confins (MG), empresas interessadas em entrar na disputa já trabalham nos bastidores para formar consórcios. Ao menos seis devem apresentar propostas para o aeroporto carioca no próximo 31 de outubro, data prevista para a licitação. Os consórcios envolvem operadores de aeroportos de Alemanha, Holanda, Cingapura, Coreia, EUA, França e Espanha e são liderados por empresas nacionais como CCR e Odebretch, que chegaram a disputar o leilão de concessão de Guarulhos, Campinas e Brasília em 2012, mas perderam o certame. A licitação do ano passado atraiu 11 grupos.

As novas regras do leilão do Galeão forçaram algumas empresas a fazer rearranjos nas associações feitas para a disputa anterior. Caso da CCR, que conversa com a München (operadora de Munique, na Alemanha), segundo fontes de mercado. Na disputa por Guarulhos, a CCR se associou à operadora do aeroporto de Zurique, na Suíça, mas esta não cumpre a exigência de experiência em gestão de aeroportos com fluxo de passageiros de 35 milhões por ano. No leilão passado, a exigência era de cinco milhões. A CCR não confirma a negociação. A empresa administra três aeroportos no exterior.

A Odebretch repetirá a parceria com a Changi (Cingapura), com quem disputou os três aeroportos já concedidos. A expectativa do mercado é que a empreiteira redobre esforços para levar o aeroporto carioca e o mineiro. No ano passado, ela fez intensa movimentação junto ao governo para desqualificar o consórcio que levou Viracopos (Campinas), numa tentativa de alterar o resultado do leilão. EcoRodovias e Fraport (Frankfurt), que ficaram em segundo lugar na disputa por Guarulhos, e o consórcio Carioca Engenharia, GP Investimentos, ADP (Paris) e Schiphol (Amsterdã) também confirmam interesse no Galeão.

Segundo fontes, o grupo Libra, que administra o Aeroporto de Cabo Frio, no Rio, está se associando à americana ADC Houston e à mineira Fidens. E a Queiroz Galvão fechou parceria com o grupo espanhol Ferrovial (que administra o aeroporto de Londres, Heathrow). Em todos os casos, o operador estrangeiro terá no mínimo 25% do consórcio (no leilão anterior, a participação mínima era de 10%) e a Infraero terá 49%.

Invepar pode ficar de fora

A disputa pelo Galeão pode atrair ainda mais candidatos. Nos últimos três meses, representantes de vários investidores estiveram na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em busca de informações sobre o leilão. Levantamento na agenda do presidente da agência, Marcelo Guaranys, mostra que representantes do Banco Safra e da XP Investimentos estiveram na Anac.

— A expectativa é que será um bom certame — disse o ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Moreira Franco.

O governo decidiu manter em 15% a fatia dos vencedores da primeira rodada de licitação, apesar da pressão dos fundos de pensão de estatais para elevar o percentual a 30%. Os fundos, via Invepar, são sócios da empresa que administra Guarulhos. A Invepar diz que espera as regras finais para se manifestar. Mas uma fonte ligada à empresa afirma que ela ficará de fora se a regra dos 15% for mantida. O edital deve sair na primeira quinzena de setembro.