SÃO PAULO - O Itaú Unibanco, maior banco privado do Brasil, registrou lucro líquido ajustado de R$ 4,022 bilhões no terceiro trimestre, alta de 17,9% em relação ao mesmo período do ano passado e de 11% em relação ao segundo trimestre deste ano. O lucro líquido contábil do banco foi de R$ 3,995 bilhões entre agosto e setembro, alta de 18,5% em relação ao mesmo período de 2012 e de 11,5% ante o segundo trimestre deste ano. Foi o maior resultado desde a fusão que resultou na criação do maior banco privado do país no fim de 2008.
- Estamos bastante satisfeitos. Nossa estratégia de trazer a carteira de crédito dos riscos maiores para os riscos menores, a elevação com a receita de serviços e o aumento da eficiência nos levou a este lucro - disse Rogério Calderón, diretor Corporativo de Controladoria e de Relações com Investidores do banco, durante conference call com jornalistas na manhã desta terça-feira.
A carteira de crédito total incluindo avais, fianças e títulos terminou setembro em R$ 481,017 bilhões, alta de 9,9% em 12 meses e de 2,9% em relação a junho. Desconsiderando a carteira de veículos, que se reduziu 20,9% no acumulado do ano, a carteira total de crédito teria sido de 14,3%, frisou Calderón.
- A carteira de crédito cresceu menos que historicamente cresceu o crédito no Brasil, mas agora ela está mais enquadrada à atual realidade - emendou o diretor de relações com investidores.
A taxa de inadimplência de 90 dias ficou em 3,9% e deu sinais de melhora ao cair 0,3 ponto percentual em relação a junho e 1,2 ponto na comparação com o mesmo período do ano passado. É o menor nível de inadimplência registrado no banco desde a fusão com o Unibanco, no fim de 2008. Embora não tenha cravado em quanto a taxa de calotes deve encerrar este e o próximo ano, Calderón garantiu que "ainda vai cair mais".
- Este é o quinto trimestre consecutivo que registramos declínio do índice de inadimplência total - lembrou.
O índice de inadimplência de pessoas físicas declinou 1,5 ponto percentual em 12 meses e 0,4 ponto na comparação com o segundo trimestre deste ano, atingindo 6%. Já o de empresas teve queda de 1,0 ponto percentual em 12 meses e de 0,2 ponto na comparação trimestral, atingindo 2,3%.
Com as linhas de crédito com menor risco, como o consignado e o imobiliário, crescendo mais aceleradamente que outras modalidades, a redução das despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa recuaram 25,8% ante igual período de 2012 e 7,6% na comparação com o segundo trimestre deste ano, para R$ 4,537 bilhões.
Em movimento contrário na comparação com o ano passado, a margem financeira do banco diminuiu, o que impediu um desempenho ainda melhor do lucro. A margem financeira gerencial ficou em R$ 11,8 bilhões de julho a setembro, ante R$ 12,81 bilhões no mesmo período do ano passado. A diferença entre os dois períodos representa uma queda de 7,6%. Em relação ao primeiro trimestre deste ano, a margem financeira gerencial teve uma alta de 2,3%.
Balanço dos concorrentes
O Bradesco, que abriu a safra de balanços de bancos brasileiros na semana passada, registrou lucro líquido ajustado de R$ 3,082 bilhões no terceiro trimestre, alta de 6,5% superior ao mesmo período do ano passado.
Na quinta-feira, foi a vez do Santander de divulgar o resultado do terceiro trimestre. O banco reportou um lucro ajustado de R$ 1,407 bilhão, uma queda de 6,3% em relação ao mesmo período do ano passado.