Economia

Com greve de bancários, cresceu em setembro procura por crédito pré-aprovado

Empréstimos são os mais caros: cheque especial e crédito rotativo do cartão

BRASÍLIA - A greve dos bancários atrapalhou o plano dos brasileiros a comprar a casa própria. A concessão de novos financiamentos imobiliários caiu nada menos que 9,5% no mês passado. De acordo com o Banco Central, foram fechados apenas R$ 10,2 bilhões. Com as agências parcialmente fechadas o correntista foi obrigado a recorrer às linhas de crédito pré-aprovadas e mais caras no mês passado. As concessões de cheque especial subiram 4,3% e as de crédito rotativo no cartão de crédito aumentaram 2,8% em setembro.

Os correntistas passaram o mês no vermelho. Os brasileiros têm nada menos que R$ 22 bilhões em cheque especial. A taxa cobrada por esse crédito deu um salto: pulou de 138,9% ao ano para 143,3% ao ano. É a maior desde julho do ano passado.

Os brasileiros também acumulam uma fatura atrasada de R$ 26,6 bilhões do cartão de crédito. Esse é o valor de quanto os cidadãos mantém no crédito rotativo da modalidade: o mais caro que existe. O BC não tem os dados dos juros cobrados porque até o mês passado não regulava as empresas de cartão. Por isso, elas não tinham de dar informações sobre as taxas cobradas para ninguém.

- A paralisação dos bancários no mês trouxe influencia no desempenho do crédito no mês - afirmou o chefe do departamento econômico do Banco Central, Túlio Maciel.

- Setembro foi um mês um pouco diferente. Algumas modalidade que a concessão depende do acesso do consumidor às agencias foram influenciadas. É o caso do crédito imobiliário.

Os dados divulgados hoje pelos BC mostram que as concessões de novos empréstimos para pessoas físicas caíram 3% no mês passado. Foram fechados contratos que somam R$ 147,5 bilhões.

O relatório do BC também mostrou que a inadimplência no Brasil voltou a crescer depois de três meses em queda. De acordo com o Banco Central, o nível de calote na economia brasileira passou de 3,2% para 3,3% no mês passado. O percentual aumentou por causa do atraso nas prestações de empréstimos com recursos “direcionados”, ou seja, de financiamentos com dinheiro carimbado pelo governo e destinados a setores específicos como habitacional e indústria. Já a pessoa física manteve a inadimplência estável em 4,8% e mesmo assim os juros para as famílias subiram.

Segundo a autoridade monetária, as taxas cobradas pelos bancos para as pessoas físicas passou de 25,2% ao ano para 25,5% ao ano em setembro.