08/08/2013 09h21 - Atualizado em 08/08/2013 19h03

Manifestantes encerram protesto em Congonhas

Acessos a aeroporto da Zona Sul de SP chegaram a ser bloqueados.
Infraero registra atrasos e cancelamentos.

Letícia MacedoDo G1 São Paulo

Manifestantes fecharam acesso por escada rolante ao embarque de Congonhas (Foto: Marcos Bezerra/Futura Press/Estadão Conteúdo)Manifestantes fecharam acesso por escada rolante ao embarque de Congonhas (Foto: Marcos Bezerra/Futura Press/Estadão Conteúdo)

O protesto de aeroviários no Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, foi encerrado por volta das 9h desta quinta-feira (8). Os manifestantes deixaram o local após o ato que começou antes mesmo da abertura do aeroporto, às 4h30, com o bloqueio de todos os acessos. A manifestação foi pacífica, segundo a Polícia Militar. O protesto foi contra o pacote que prevê mais de 800 demissões anunciado pela companhia aérea TAM.

Até as 10h, dos 62 voos previstos, 27 estavam atrasados e 10 foram cancelados, segundo a Infraero. A empresa informou que, por conta de várias aeronaves da TAM permanecerem em solo no início da manhã, foi preciso uma "readequação nos horários de partidas e chegadas", que devem se normalizar nas próximas horas.

O grupo protestou em frente aos balcões de check-in da TAM e nos corredores do aeroporto - os passageiros, entretanto, conseguiram efetuar os procedimentos de embarque normalmente. Os passageiros recorreram aos terminais automáticos e ao check-in eletrônico para ganhar tempo, mas eram avisados dos atrasos por funcionários da companhia aérea.

Em nota, a TAM informou que a manifestação provocou atrasos e cancelamentos, o que causará impacto na malha aérea da companhia.  A empresa irá isentar os seus clientes das taxas de remarcação ou de reembolso de passagens que não puderem ser utilizadas por causa do protesto.

O protesto começou por volta das 4h30, quando cerca de 70 manifestantes bloquearam o acesso de veículos ao aeroporto. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), eles usaram ao menos sete veículos para interditar o sentido bairro da Avenida Washington Luís. Carros também foram usados para bloquear a entrada do Túnel Paulo Autran. Por volta das 6h, os manifestantes liberaram a Avenida Washington Luís, mas mantiveram o túnel bloqueado com carros, que só foi liberado às 7h30.

Não houve registro de confronto no local. Alguns manifestantes com faixas e bandeiras se posicionaram na entrada do embarque, mas não impediam o acesso dos passageiros. Mesmo após a saída dos manifestantes, as escadas rolantes que dão acesso ao embarque foram mantidas bloqueadas com faixas e cartazes.

Manifestantes tentam convencer funcionários da TAM a aderir ao protesto (Foto: Letícia Macedo/G1)Manifestantes tentam convencer funcionários da
TAM a aderir ao protesto (Foto: Letícia Macedo/G1)

Os manifestantes, que usavam coletes da Força Sindical, tentaram convencer os funcionários da TAM que chegam para trabalhar nesta manhã a aderir ao protesto, mas sem muita adesão. Segundo os organizadores, representantes de sindicato dos metalúrgicos e químicos estiveram em Congonhas para apoiar o movimento. 

A manifestação foi organizada pelo Sindicato dos Aeronautas do Município de São Paulo, com apoio do Sindicato dos Aeroviários do Estado de São Paulo. Eles pedem a suspensão das demissões e mais clareza na proposta da TAM. As entidades não concordam com o acordo firmado nesta quarta-feira (7) pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), que realizaram uma assembleia e aprovaram o plano de demissões voluntárias apresentado pela TAM.

Na tarde desta quarta-feira, um grupo de pilotos e comissários já tinha feito um protesto no aeroporto. Eles bloquearam algumas faixas da Avenida Washington Luís e em seguida fizeram uma manifestação no saguão do aeroporto. Os manifestantes usavam máscaras e carregavam faixas e cartazes, apitando e gritando palavras de ordem.

Túnel Paulo Autran foi liberado por volta das 7h30 (Foto: Letícia Macedo/G1)Túnel Paulo Autran foi liberado por volta das 7h30
(Foto: Letícia Macedo/G1)

Demissões
A TAM anunciou nesta quarta-feira a demissão de 811 pilotos, copilotos e comissários de voo da empresa. O número representa cerca de 10% do total de tripulantes da empresa.

A medida faz parte do programa de reestruturação de adesão voluntária acertado entre a companhia e o SNA. Segundo a TAM, o programa foi aprovado  em uma assembleia de funcionários, nesta quarta-feira. A empresa afirma que a reorganização é necessária devido à redução do número de voos domésticos e à alta do dolar e dos combustíveis.

Na semana passada, o Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina) também realizou um protesto em Congonhas. Os grevistas pedem um aumento salarial de 16% e a manutenção das atuais condições do plano de saúde.

Protesto é feito em frente aos balcões de check-in da TAM (Foto: Letícia Macedo/G1)Protesto é feito em frente aos balcões de check-in da TAM (Foto: Letícia Macedo/G1)

 

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