Uma fiscalização do Ministério do Trabalho encontrou irregularidades em fazendas de laranja do centro-oeste de São Paulo. Os alojamentos onde vivem os colhedores estão em condições precárias. Eles dizem que não recebem o valor acordado com o patrão.
O Ministério do Trabalho visitou quatro casas em Lucianópolis, no centro-oeste do Estado de São Paulo. Em todas as moradias as condições estão fora dos padrões mínimos de higiene.
Em uma das casas, 30 trabalhadores dividem 12 pequenos quartos. Em cada cômodo vivem quatro pessoas. No quarto há camas, pia e fogão. Os alimentos ficam espalhados pelo chão.
O Ministério Público do Trabalho também fiscalizou uma fazenda que fica em Avaí, onde há a denúncia que os trabalhadores, que recebem por produção, ganham menos do que colhem no pomar. Cerca de 20 trabalhadores reclamam dos descontos nos salários. Por isso, eles paralisaram as atividades por tempo indeterminado.
"Quando recebi o holerite, não bateu. Fomos buscar alguma explicação e eles falaram que tinham descontado porque a caixa não estava no peso e que todo mês vai continuar descontando”, diz o trabalhador rural Maciel Alves.
"Nós vamos analisar esses contratos, tanto o contrato da fazenda com a indústria e o contrato dos trabalhadores, o acordo coletivo que a fazenda fez com o sindicato. Porque o critério de remuneração do trabalhador é por caixa colhida e não é pelo peso que chega na indústria. Esse é um problema da fazenda com a indústria", diz Luís Henrique Rafael, procurador do trabalho.
Os proprietários da fazenda em Avaí não quiseram comentar o assunto. O Ministério Público do Trabalho disse que vai agendar uma reunião com os donos e os trabalhadores rurais para tentar resolver o problema.
