Acabou a festa. E em duplo sentido: o Salão Duas Rodas terminou no domingo e mostrou que, no mercado brasileiro de motocicletas, não há mais espaço para aventureiros ou marcas inexpressivas.
Com menos fabricantes presentes, porém com nível mais alto, a festa das motos revelou um setor amadurecido, no qual só sobrevive quem investe e tem bons produtos.
Em estandes grandiosos adornados por mulheres inacreditáveis, via-se a Suzuki tentando se renovar, a Honda sempre competente, a tecnologia da BMW, o entusiasmo da Triumph, a força da Kawasaki e a coragem da Dafra, além da Yamaha ainda lenta e da sintomática ausência da combalida Kasinski.
No balanço geral, uma coisa é certa: daqui para a frente vai ficar melhor para o consumidor, que ganha mais opções de motos. Confira a seguir as principais novidades do Salão Duas Rodas 2013:
Suzuki Inazuma 250
A pequena naked de 250cm³ tem visual inspirado no da grandona B-King 1.300 e vai brigar com a best-seller Honda CB 300R e a Yamaha Fazer 250. Tem motor bicilíndrico de 24,5cv, só começa a ser vendida em março de 2014 e vai custar entre R$ 12 mil e R$ 15 mil.
Além da Inazuma, a Suzuki mostrou as novíssimas GSR 750, Gladius 750 e as superbikes GSX-R 1.000 e GSX-R 1.300 Hayabusa reestilizadas.
Honda CB 500F
A nova linha CB 500 foi a vedete da Honda. A versão urbana “F” já está sendo vendida por R$ 22 mil, mas a esportiva “R” só chega em dezembro, enquanto a on/off “X” desembarca até abril do ano que vem.
A marca também lançou na exposição a versão Repsol da CBR 600RR, a série especial Rally da XRE 300 e edições limitadas de seus modelos flex.
Dafra Maxsym 400i
A Dafra mostrou que continuará investindo nos scooters e lançou o grandão Maxsym 400i, cujas vendas começam em março do ano que vem, e o Cityclass 200, que só chega em maio. Ambiciosa, a marca afirma que pretende ultrapassar a Honda nesse segmento. Os preços ainda não foram revelados, mas apostamos em algo como R$ 17 mil e R$ 7 mil, respectivamente.
Outra atração foi a nova geração da Super 50, que tinha visual de “cinquentinha” dos anos 80 e que agora ganhou aspecto modernoso. O preço continua em R$ 3.990.
Triumph Thruxton
A cafe racer feita em cima da charmosa Bonneville T100 é uma das atrações da marca inglesa, que está empolgadíssima com o Brasil. Além da Thruxton, foram expostas mais seis novidades, entre motos inéditas e versões.
Chegam a esportiva-turismo Trophy SE, de R$ 80 mil, e a Daytona 675R — esta, assim como a Thruxton, ainda sem preço divulgado.
A Tiger Explorer 1.200 ganha uma versão mais off-road, a XC, que custará R$ 63 mil, enquanto a versão básica, já vendida aqui, passa a ser montada em Manaus — e o preço cai para R$ 54 mil. Por fim, a Tiger 800 passa a ser vendida em mais duas versões, standard e Sport, a R$ 36 mil cada.
Benelli Tre-K
Até dezembro, a italiana Benelli, hoje controlada pela chinesa Qianjang, começará a montar motos em Manaus, na fábrica da Bramont (representante dos jipes indianos Mahindra).
Estão previstos seis modelos entre esportivas, touring e trail, com preços entre R$ 25 mil e R$ 58 mil. Fundada em 1911, a Benelli é a mais antiga das marcas europeias de motos ainda em operação.
Royal Enfield Continental GT
A charmosíssima cafe racer foi exposta ao lado da insossa Rumbler em um pequeno estande. A ideia era ver a reação do público e, quem sabe, vendê-las por aqui no segundo semestre de 2014. Ambas são fabricadas na Índia — como a Classic, já vendida por aqui e também presente no salão.
BMW C600 Sport
O sofisticado scooter C 600 Sport será vendido no Brasil em 2014 por R$ 46 mil. Também estava no estande a cobiçada on/off-road F 800 GS em versão Adventure, que chega este mês por R$ 48 mil.
Yamaha V-Max
A Yamaha demora a apresentar novidades, e quando elas aparecem... No salão, a marca se limitou a confirmar a importação da forçuda V-Max 1.700 e do belo scooter T-Max 500 em 2014. Mas os preços serão de inalcançáveis R$ 99 mil e R$ 41 mil, respectivamente, o que certamente não vai melhorar sua posição estagnada.
A esperada tricilíndrica MT-09 também estava lá e vai virar uma Fazer 900 nacional, mas ainda não há prazo para isso. De onde menos se espera é que não vem nada, mesmo.