26/06/2013 12h25 - Atualizado em 26/06/2013 14h00

Não vi ninguém na rua falando em descontrole da economia, diz Mantega

Segundo ele, manifestações são 'eventos normais de uma democracia'.
Sobre alta da inflação, ministro afirmou que todo ano há 'alguma correção'.

Alexandro MartelloDo G1, em Brasília

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, fala à Câmara nesta quarta-feira (26) (Foto: Zeca Ribeiro/Agência Câmara)O ministro da Fazenda, Guido Mantega, fala à Câmara nesta quarta-feira (26) (Foto: Zeca Ribeiro/Agência Câmara)

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quarta-feira (26), durante audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, que as manifestações que tomaram conta do país nas últimas semanas são "eventos normais de uma democracia e assim devem ser encarados, fora as depredações, que não devem ser toleradas".

Mantega disse ainda não ter visto "ninguém" na rua falando em descontrole da economia, e emendou em tom de brincadeira: "talvez tenha perdido, porque são muitas manifestações".

Segundo ele, as manifestações são um "fenômeno normal" em Brasília. "As reivindicações são diferentes da Grécia e da Espanha, que reivindicam salários, pois perderam emprego e estão passando fome". No Brasil, segundo ele, as reivindicações são "específicas".

"Eles têm feito demandas de melhorias para governos estaduais e municipais. É uma pauta extensa que se refere a várias esferas de governo, controladas por partidos diferentes. Não há uma questão partidária específica", declarou.

De acordo com o ministro da Fazenda, é normal que os segmentos da sociedade tenham anseios por melhorias nas condições de vida. "A classe média aumentou nos últimos anos, e tem condições melhores. São 40 milhões de pessoas que ascenderam [à classe média]. São anseios normais que melhore a saúde, a segurançe e a educação", declarou.

Alta da inflação
Guido Mantega também minimizou o crescimento da inflação. "Todo ano tem correção [de preços]. Eu queria que não houvesse nenhuma correção, mas me parece que está dentro do normal", disse o ministro da Fazenda. Segundo ele, "controlar inflação é prioridade número um" para permitir um crescimento maior da economia.

O ministro disse ainda que o IPCA está dentro das metas estabelecidas previamente pelo governo federal (dentro da banda estabelecida de 2,5% a 6,5%, com meta central de 4,5%). "Nos últimos quatro, cinco ou seis anos, a inflação está mais sob controle, o que não quer dizer que não haja pressões inflacionárias", disse.

Na avaliação de Mantega, a seca nos Estados Unidos elevou preços das "commodities" (produtos básicos com cotação internacional, como alimentos) e o regime de chuvas elevou os preços dos hortifrutigranjeiros no Brasil nos últimos meses.

"Houve surto inflacionário no fim do ano passado e início deste ano. Os alimentos contribuíram para essa pressão inflacionária, mas todos caíram. A inflação de alimentos está debelada. Está caindo. A dona de casa  pode verificar nos supermercados. Fizemos desoneração da cesta básica", afirmou Mantega.

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