26/06/2013 18h16 - Atualizado em 26/06/2013 19h08

Manifestação em Guararema faz comerciantes fecharem as portas

Órgãos públicos, bancos e lojas ficaram com medo de depredações.
Protesto reuniu cerca de 100 pessoas, segundo a Polícia Militar.

Carolina PaesDo G1 de Mogi das Cruzes e Suzano

Cerca de 100 pessoas participaram da manifestação (Foto: Carolina Paes/G1)Cerca de cem pessoas participaram da manifestação (Foto: Carolina Paes/G1)

Uma manifestação na tarde desta quarta- feira (26), em Guararema, fez muitos comerciantes da cidade fecharem as portas antes do horário. Segundo a Polícia Militar, cerca de cem pessoas participaram do protesto que percorreu as ruas do Centro. Com medo de depredações, agências bancárias, lojas e até órgãos públicos como a Prefeitura e o Fórum encerram o expediente mais cedo.

O movimento, que foi organizado nas redes sociais e por jovens, se reuniu na praça em frente à Câmara Municipal e seguiu pacificamente pela Avenida Dona Laurinda até a Prefeitura. Cantando e de rostos pintados de verde e amarelo, com cartazes e apitos, o grupo pedia por melhorias no Brasil. Na pauta de reinvidicações, expostas em panfletos, estavam o fim da corrupção, do desvio de verba e pedidos para a Saúde e Educação. "Estamos insatisfeitos com o que está acontecendo no momento em nosso país. Queremos mudar a mentalidade das pessoas e do cidadão de Guararema", afirma Auslei Roberto Machado, um dos organizadores.

Antes de caminharem até a adminstração pública, os manifestantes soltaram fogos de artifício. A polícia acompanhou todo o trajeto que seguiu sem problemas. A empresária Carla Cristina Ferrreira de Almeida mora há 40 anos na cidade e fez questão de participar do protesto junto com o filho e o marido. "Estamos aqui porque isso é um movimento nacional e temos que apoiar. No geral nossa cidade é boa. Fazemos isso mais pelo nosso país", afirma.

Maysa (a direita) e as amigas participaram da 1º manifestação (Foto: Carolina Paes/G1)Maysa (a direita) e as amigas participaram da 1º
manifestação (Foto: Carolina Paes/G1)

Para a professora Maria Helena Jardim 'Guararema acordou'. "É uma luta nacional e isso tudo vai se refletir para nossa cidade. Precisamos acordar as pessoas para algo que vai mudar o futuro."

Já a estudante de apenas 11 anos, Maysa Bettoni, agradecia a preocupação com o país. "Essa é a primeira vez que participo de uma manifestação e acho importante porque ainda é preciso fazer muita coisa. E tudo isso vai se refletir no meu futuro."

Apesar de toda a manifestação ter sido pacífica, a maioria do comércio do centro de Guararema fechou as portas. "Meu patrão pediu para fecharmos na hora da caminhada dos manifestantes. Acho que o medo era de estragarem as coisas", afirma Carlos Teixeira,  vendedor de uma loja de esportes. Na porta da Prefeitura um papel informava "expediente suspenso a partir das 13h". O Fórum e alguns bancos também fecharam antes do horário. 

Enquanto isso o comerciante Décio Marfil não se intimidou e não suspendeu as atividades. "Não tem vandalismo. Esse não é o objetivo do protesto. Então estou trabalhando. Acho que tudo é válido e respeito a ação deles", afirma.

Lojas suspenderam atividades antes do horário (Foto: Carolina Paes/G1)Lojas suspenderam atividades antes do horário
(Foto: Carolina Paes/G1)

O cabo da PM Alex Amaral informou que o pânico dos comerciantes foi ocasionado por boatos de que manifestantes de outras cidades participariam do protesto. "Esse boato surgiu e muita gente ficou assustada. Mas nos reunimos ontem com os líderes do movimento que se comprometeram que isso não iria acontecer. Orientamos a população para que o comércio não fechasse. Mesmo assim a polícia colocou homens nas entradas da cidade."

Protestos
Duas manifestações foram realizadas em Mogi das Cruzes. Na quinta-feira (20) a passeata reuniu cerca de 350 pessoas. No dia seguinte, milhares foram às ruas para protestar de forma pacífica.

Manifestações também foram registras em Suzano. Lá, a passeata foi no sábado (22) e os manifestantes chegaram a interromper o tráfego de veículos no viaduto Leon Feffer. Outro município com o movimento foi Itaquaquecetuba.

 

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