25/10/2013 19h39 - Atualizado em 25/10/2013 20h36

Lucro da Petrobras cai 45% no 3º trimestre e alcança R$ 3,4 bilhões

Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, a queda foi de 39%.
Estatal terá de pagar R$ 6 bilhões por 40% do leilão de Libra.

Do G1, em São Paulo

O lucro da Petrobras no terceiro trimestre alcançou R$ 3,395 bilhões, uma queda de 45% em relação ao trimestre anterior e de 39% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo balanço divulgado pela empresa nesta sexta-feira (25).

No acumulado do ano, no entanto, o lucro teve alta de 29%, para R$ 17,289 bilhões.

A estatal ficou com 40% do campo de Libra, o primeiro a ser leiloado em regime de partilha, na última segunda-feira (21), pelo qual terá de pagar R$ 6 bilhões referente ao bônus de assinatura.

Defasagem de preços
Segundo a empresa, entre as principais razões para o resultado do terceiro trimestre está o aumento da "defasagem nos preços de derivados no Brasil, refletindo maiores cotações internacionais e desvalorização cambial".

"Ainda que tenhamos tido 4 reajustes de preço de diesel e 2 de gasolina nos últimos 16 meses, totalizando 21,9% e 14,9% de aumento, respectivamente, a forte depreciação do real verificada desde maio de 2013, chegando a 22% de desvalorização, fez com que a defasagem voltasse a crescer nos últimos meses. Essa situação tem impactado nosso fluxo de caixa e alavancagem", diz a presidente da Petrobras, Graça Foster, nos comentários do balanço.

O índice de dívida líquida pelo Ebitda ajustado (que exclui a participação em investimentos e a perda na recuperação de ativos) passou de 2,77 no fim do ano passado para 3,05 no fim do terceiro trimestre deste ano.

A diretoria executiva apresentou ao conselho de administração uma metodologia de preços a ser praticada pela estatal para ter "maior previsibilidade do alinhamento dos preços domésticos do diesel e da gasolina aos preços internacionais".

Graça disse ainda, no relatório, que a empresa planeja "reduzir, ao longo dos próximos meses, os indicadores de alavancagem e endividamento" por meio de desenvolvimento da produção, que aumentará a geração de caixa, e da correção dos preços.

Trimestres anteriores
No 2º trimestre deste ano, a Petrobras teve lucro líquido de R$ 6,201 bilhões, após adotar uma estratégia contábil que limitou o impacto da alta do dólar e tirou cerca de R$ 8 bilhões em perdas financeiras do balanço. No mesmo período de 2012, a estatal tivera prejuízo de R$ 1,346 bilhão.

Produção
A produção total de óleo e gás da companhia ficou praticamente estável, com redução de 1% em relação ao trimestre anterior, de 2,5 milhões de barris por dia. Segundo o relatório, não foi possível alcançar níveis mais altos de produção nesse 3º trimestre devido a atrasos como no início da operação de plataformas e contratação de navios.

A receita de vendas da empresa alcançou R$ 77,7 bilhões, alta de 6% em relação ao 2º trimestre e 5,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A empresa teve prejuízo financeiro líquido de R$ 1,02 bilhão. O lucro líquido por ação caiu em relação ao trimestre anterior (46%) e ao mesmo período de 2012 (39,5%), para R$ 0,26.

Os gastos com abastecimento subiram em comparação ao segundo trimestre e alcançaram R$ 5,5 bilhões, segundo a empresa, por conta de "maiores custos com aquisição/ transferência de petróleo", que reflete a valorização do dólar frente ao real e a elevação das
cotações internacionais da petréleo, além da maior "participação de derivados importados no mix de vendas para atender a demanda sazonal".

Na área de distribuição, o lucro caiu em relação ao 2º trimestre (32%) e ao mesmo período de 2012 (24,5%), para R$ 312 milhões, pelas menores margens médias de comercialização de combustíveis (8%).

A empresa mostrou ainda que o custo unitário do refino aumentou 13%, em função da menor carga processada neste trimestre no Japão e nos EUA, decorrente de paradas não programadas.

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