16/06/2013 15h17 - Atualizado em 16/06/2013 19h34

GM planeja PDV para cortar mão de obra excedente em São José

Programa de Demissão Voluntária é o 4º aberto pela montadora em 2 anos.
Foco serão os trabalhadores aposentados e pré-aposentadoria.

Suellen FernandesVale do Paraíba

2009 - Setor de expedição da unidade de São José dos Campos (SP). (Foto: Divulgação/ GM do Brasil)Será o 4º PDV em menos de dois anos em S. José.
(Foto: Divulgação/ GM do Brasil)

A General Motors planeja abrir um Programa de Demissão Voluntária (PDV) na unidade de São José dos Campos para cortar a mão de obra considerada excedente na unidade. Esse será o quarto PDV aberto pela montadora em menos de dois anos. A empresa vai comunicar o Sindicato dos Metalúrgicos na próxima terça-feira (18) sobre os moldes do programa.

O diretor de relações institucionais da GM, Luiz Moan, informou na última segunda-feira (10), durante entrevista coletiva que anunciou o acordo que possibilita que a GM dispute o investimento de R$ 2,5 bilhões, que para amenizar o impacto do encerramento das atividades do Montagem de Veículos Automotores (MVA), deve abrir nos próximos dias, para todo o complexo, um PDV com foco em aposentados e pré-aposentadoria.

O acordo do último mês de janeiro entre a montadora e o sindicato prevê o fechamento do MVA em dezembro. O setor emprega atualmente cerca de 750 trabalhadores, que correm o risco de serem dispensados. A empresa não informa o número de profissionais considerados excedentes na planta.

De acordo com o sindicato, a unidade que tem cerca de 6 mil trabalhadores, conta com 130 funcionários aposentados e 900 em fase de pré-aposentadoria.

A proposta apresentada pelo sindicato na última semana à direção da GM pede como benefício à adessão ao PDV, que os operários desligados recebam 36 meses adicionais de convênio médico e 10 salários.

PDVs e demissão
Em outubro de 2011 a GM abriu um PDV em todas as fábricas do país. Em São José dos Campos, o foco eram funcionários do setor administrativo e o pessoal do setor produtivo (horistas). O pacote contou com a adesão de 550 trabalhadores, segundo o sindicato.

A justificativa na época relacionou a redução no efetivo ao fato da empresa ter concentrado a produção de novos modelos em São Caetano do Sul e Gravataí, unidades que contrataram.

Oito meses mais tarde, em junho de 2012, um novo PDV desligou 356 funcionários. A justificativa foi adequar a produção da fábrica à demanda do mercado. O último PDV do período foi aberto em setembro de 2012, pouco depois que a GM confirmou a intenção de fechar o MVA. O programa teve ao menos 232 adesões.

Em janeiro deste ano, após o layoff (suspensão temporária dos contratos de trabalho), a empresa demitiu 598 funcionários.

Futuro
No próximo mês de julho, os trabalhadores da General Motors serão informados sobre o destino do aporte de R$ 2,5 bilhões para a instalação de uma nova linha de produção. São José e plantas de outros dois países disputam o investimento.

A direção da montadora condiciona o futuro da unidade de São José ao investimento que prevê a geração de 2.500 empregos diretos a partir de 2017. O modelo que será produzido, um compacto com grande volume de produção, é mantido sob sigilo.

Para tentar atrair os R$ 2,5 bilhões, a Prefeitura de São José dos Campos ofereceu benefícios como a isenção de impostos e a construção de um distrito industrial para alocar fornecedores da cadeia produtiva da montadora na cidade.

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