Economia

Furnas quer investir R$ 4 bi por ano em projetos com parceiros

Metade dos recursos utilizados serão próprios, segundo a empresa

RIO DE JANEIRO - Furnas, empresa do grupo Eletrobras, pretende realizar investimentos anuais de R$ 4 bilhões em projetos com parceiros, nos próximos anos, segundo o presidente da estatal Flávio Decat. Metade do investimento será feito com recurso próprio, segundo o executivo.

— Vamos investir por ano uns 2 bilhões de equity, o que dá uns 4 bilhões de investimento por ano (com parceiros) — disse ele, em evento no Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF) nesta quarta-feira.

Furnas buscará firmar parceria com fundos de investimentos, que tendem a se manter no negócio por até 10 anos. Depois desse prazo, a estatal compra a participação do parceiro nos empreendimentos.

— O fundo quer ganhar dinheiro, diferente de uma parceria com uma empresa como Cemig, Cesp, ou alguém do ramo, que entra e não quer sair — explicou Decat. — Depois de 8 anos, damos uma saída ao fundo à uma determinada taxa e eles vão embora e nós ficamos com o ativo inteiro — completou, ao frisar que com esse modelo, a empresa pode acelerar o ritmo de expansão.

Furnas vai participar de todos os leilões de energia que serão promovidos pelo governo até o fim do ano, segundo Decat. Esse mês, serão realizados um leilão de reserva para energia eólica e um A-5, este último de projetos que precisarão iniciar a entrega de energia em 2018. Outro leilão A-5 e um A-3 com entrega de energia que se inicia em 2016 também estão previstos para este ano.

— (Do leilão da hidrelétrica) Sinop não vamos participar — resumiu Decat ao se referir ao projeto da hidrelétrica no Mato Grosso que será licitado no próximo leilão A-5.

Concessões devolvidas estão na mira

As concessões de hidrelétricas de empresas como Cesp e Cemig que não forem renovadas e devem ser devolvidas à União também estão no radar da estatal.

— Estamos criando uma empresa para operar por O&M (operação e manutenção) e pretendemos participar de todos os leilões de O&M — afirmou o executivo.

Decat manifestou ainda interesse na geração solar no país, mas espera que o governo federal promova um leilão específico dessa fonte em razão do preço mais elevado que outras concorrentes como hidráulica, eólica e outras. Para entrar nesse mercado de solar, Furnas pretende se associar a empresas com experiência no ramo.

— Estou botando muita fé em solar e se tiver (leilão) acho que vamos participar. Nesse mercado, tem que ter uma fabricante — disse ele. — Os chineses são bons parceiros e não podemos ter medo deles... nos nossos acordos com os chineses os equipamentos são nacionais — acrescentou.

A energia solar poderá participar do leilão A-3 marcado para outubro, na qual deve competir com outras fontes de energia.