29/10/2013 06h12 - Atualizado em 29/10/2013 07h00

Índios e fazendeiros brigam por área de quase 10 mil hectares em MS

É tenso o clima em Japorã, extremo sul do estado.
Quatorze propriedades foram ocupadas por indígenas nos últimos 15 dias.

Do Globo Rural

Armados com flechas, lanças e facões, os índios da etnia guarani kaiowá não permitem que fazendeiros, trabalhadores rurais e a imprensa entrem nas fazendas ocupadas por eles.

Os produtores rurais afirmam que nos últimos 15 dias, os indígenas invadiram 14 propriedades no município de Japorã, à 477 quilômetros de Campo Grande. Atualmente, cerca de 5 mil indígenas moram na aldeia Porto Lindo, que fica ao lado das fazendas que foram ocupadas. Há 10 anos, eles reivindicam a demarcação de uma área de 9,4 mil hectares localizada nas proximidades do Rio Iguatemi.

Os fazendeiros entraram na Justiça com um pedido de reintegração de posse das áreas, mas enquanto o caso está sendo analisado, a Justiça determinou que a Polícia Federal fique na região para evitar conflitos.

Os fazendeiros só conseguem entrar nas propriedades que estão ocupadas pelos indígenas com escolta da Polícia Federal. Os trabalhadores rurais alimentam os animais que ficaram nas propriedades e depois deixam a terra novamente.

O presidente do sindicato rural da região, Hilário Parise, diz que a maioria dos produtores está com medo de retornar à propriedade.

A administração da Funai, em Ponta Porã, afirma que só tem a confirmação de quatro fazendas ocupadas pelos indígenas. "Essa terra vem sendo reivindicada há mais de 30 anos. O Governo Federal já demarcou em 2005, mas uma série de medidas judiciais estão impedindo a plena posse desses indígenas, que estão vendo muita demora nisso e então, eles estão usando desse artifício para chamar a atenção para o movimento e as necessidades que eles têm", diz Silvio Raimundo da Silva, coordenador regional da Funai.

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