16/10/2013 21h34 - Atualizado em 16/10/2013 21h46

Obama diz que assinará acordo assim que chegar à sua mesa

Senado aprovou acordo para impedir calote na dívida; Câmara deve votar.
Prazo para evitar calote da dívida termina à 0h desta quinta-feira (17).

Do G1, em São Paulo

O presidente dos EUA, Barack Obama, fala na Casa Branca nesta quarta-feira (16) (Foto: Reprodução)O presidente dos EUA, Barack Obama, fala na Casa
Branca nesta quarta-feira (16) (Foto: Reprodução)

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta quarta-feira (16) que vai assinar, assim que chegar à sua mesa, o acordo aprovado minutos antes pelo Senado e que permite a reabertura dos serviços públicos federais e a elevação do teto da dívida do país, evitando um calote nas contas públicas.

"Assim que esse acordo chegar à minha mesa, vou assiná-lo imediatamente", disse, em pronunciamento na Casa Branca. "Vou ter mais a dizer sobre isso amanhã".

O texto ainda precisa ser aprovado pelo plenário da Câmara – onde ele deve ser votado ainda na noite desta quarta – e ser sancionado pelo presidente Obama. O prazo para aprovar o aumento do teto da dívida acaba à 0h (1h de Brasília) desta quinta-feira (17).

"O acordo vai reabrir nosso governo. Quero agradecer aos líderes por chegar a esse ponto", disse o presidente. Obama apontou, no entanto, que espera que da próxima vez um acordo não seja aprovado "na 11ª hora". "Temos que sair do hábito de governar por crises", disse.

Ele ressaltou, ainda, que ainda há muito trabalho a ser feito, "incluindo recuperar a confiança que perdemos nas últimas semanas".

"Estou disposto a trabalhar com qualquer um, democrata ou republicano, em qualquer ideia que vá fazer crescer nossa economia. Nunca acreditei que democratas têm monopólio das boas ideias. Estou convencido que democratas e republicanos podem trabalhar juntos".

Acordo
O acordo foi anunciado no início da tarde no plenário do Senado dos EUA pelo líder da maioria, o democrata Harry Reid, e pelo líder da minoria republicana, Mitch McConnell. Segundo Reid, o texto prevê a elevação do teto da dívida do país até pelo menos o próximo dia 7 de fevereiro, e a reabertura do governo até 15 de janeiro.

"Não é hora de ficar apontando dedos, é hora de reconciliação", disse o democrata.

A discussão do acordo foi retomada na noite de terça-feira (15), após as tentativas da Câmara dos Deputados falharem. 

O senador republicano Ted Cruz, um dos principais opositores do governo federal, afirmou que não irá bloquear a votação do acordo no Senado. Já o presidente da Câmara, John Boehner, um dos principais opositores ao governo Obama, admitiu derrota: "nós brigamos uma briga boa, nós só não vencemos", afirmou.

De acordo com o "Wall Street Journal", o acordo bipartidário fechado entre os senadores não inclui grandes alterações ao "Obamacare", o plano de assistência à saúde aprovado em 2010 e que tem sido o maior ponto de atrito nas negociações entre os dois partidos. A legislação determina, no entanto, novos procedimentos para determinar a renda de algumas pessoas que receberão subsídios para pagamento dos planos de saúde.

Os negociadores rejeitaram a proposta dos republicanos de adiar a cobrança de uma taxa de US$ 63 por pessoa em planos de saúde coletivos, incluindo empregadores, sindicatos e seguradoras.

Calote
Sem um acordo, o Tesouro norte-americano ficará sem caixa para pagar suas dívidas com credores (juros de títulos), bem como benefícios sociais e corre o risco de dar calote - o que seria um fato histórico.

Em maio deste ano, os Estados Unidos atingiram o limite seu limite de endividamento, US$ 16,699 trilhões, mas avisou que, até o dia 17 de outubro teria "recursos extraordinários" para continuar pagando suas contas.

Em meio ao caos, a agência Fitch Ratings alertou que pode reduzir a nota de crédito dos Estados Unidos de AAA, citando como motivo a provocação política sobre a elevação do teto da dívida federal. De acordo com a agência, os Estados Unidos ainda teriam capacidade de fazer pagamento por apenas mais uns dias depois do dia 17 de outubro.

O líder da maioria no Senado, Harry Reid, e o líder republicano, Mitch McConnell, tentavam discutir maneiras de evitar obstáculos processuais que poderiam retardar a medida, disse à CNN a senadora democrata Heidi Heitkamp.

Imagem da sede do governo dos EUA refletida na água é feita do 15º dia de paralisação por falta de acordo. (Foto: Mark Wilson/Getty Images/AFP)Imagem da sede do governo dos EUA refletida na água é feita do 15º dia de paralisação por falta de acordo. (Foto: Mark Wilson/Getty Images/AFP)

O acordo vindo do Senado serviria para financiar o governo até 15 de janeiro de 2014 e suspender o teto da dívida até 7 de fevereiro de 2014. O Departamento do Tesouro poderia usar as chamadas medidas extraordinárias para atrasar o default - jargão para calote no mercado financeiro - por mais um mês.

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