RIO - O jornal britânico “Financial Times” destacou na capa da publicação a derrocada do império X do brasileiro Eike Batista. Sob o título “Magnata Batista luta para evitar maior calote da América Latina”, a reportagem detalha a dramática luta do empresário para salvar o grupo do que poderia ser considerada “a maior quebra de uma empresa da América Latina”.
Segundo a reportagem, credores e acionistas da OGX - petroleira do empresário – temem ficar sem nada depois que a empresa anunciou que está negociando a venda de seu braço de gás natural, ainda considerado "confiável".
Os investidores estão na expectativa de que a OGX entre com um pedido de recuperação judicial, após anunciar que não chegou a um acordo com seus credores. A empresa pode ser declarada inadimplente nesta quinta-feira.
Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a OGX informou que ainda não entrou com pedido de recuperação judicial e que essa decisão cabe ao conselho de administração da companhia. A recuperação judicial daria um último fôlego para a empresa neste momento em que precisa tentar reabrir as negociações com credores e evitar um enfrentamento direto com os órgãos reguladores.
A publicação britânica compara a Lei de Falências brasileira com a similar vigente nos Estados Unidos. De acordo com o FT, a legislação do país pode gerar problemas em um eventual processo contra a OGX. O ponto mais polêmico seria a permanência do controlador do grupo como um entrave para a solução dos problemas financeiros da companhia. Nos Estados Unidos, executivos que geram graves problemas financeiros são obrigados a deixar o comando das empresas.
O jornal britânico reitera que usar a recuperação judicial como blefe não será uma estratégica eficiente pois “o blefe pode funcionar por algum tempo mas, cedo ou tarde, o jogo começará efetivamente para a OGX. O pedido de recuperação judicial não vai ajudar e nenhum credor vai querer colocar mais dinheiro na empresa. Dinheiro é o que ele vai precisar para ter o último fio de esperança. O campo de Tubarão Martelo, que está programado para entrar em operação no próximo mês, em plena produção".