03/07/2013 06h09 - Atualizado em 03/07/2013 08h08

Agricultores tentam acordo para impedir leilão de propriedades em GO

Área hipotecada atinge cinco municípios da região do Vale do São Patrício.
Dívida, que vem da época do Pró-Álcool, passa dos R$ 20 milhões.

Do Globo Rural

A área hipotecada passa de quatro mil hectares e atinge cinco municípios da região do Vale do São Patrício, em Goiás.

Em Jesúpolis, 80% das terras correm o risco de irem à leilão. Mais de 100 agricultores passaram os últimos anos com medo de perder o único patrimônio que possuem para o principal credor, o Banco do Brasil, que cobra uma dívida de R$ 20 milhões.

Os problemas começaram na década de 1980. Incentivados pelo Programa Brasileiro de Álcool (Pró-Álcool), 118 agricultores fundaram uma cooperativa e assumiram a usina de São Francisco de Goiás. Tudo foi financiado pelo programa, mas a garantia pedida pelo banco foi a escritura das terras.

Com dívidas acumuladas, a usina foi à falência no final da década de 1990. Para receber o dinheiro, o banco pediu na Justiça o leilão das propriedades hipotecadas.

Agora, um acordo pode evitar que as terras sejam leiloadas. A Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) pediu que a direção geral do banco em Goiás faça um levantamento individual das dívidas. Isso permite que a dívida seja renegociada com cada um dos devedores, o que pode, em teoria, baixar o valor a ser pago. Segundo a federação, o banco se comprometeu a fazer visitas aos produtores associados.

Com a possibilidade de renegociar a dívida, os agricultores esperam encontrar uma solução sem perder as terras. “Eu já perdi noite de sono de pensar em ficar sem minha propriedade. Não tem mais como eu trabalhar para ganhar outra. Minha idade não permite mais, mas tenho esperança que vamos arrumar uma saída para negociar e pagar de acordo com nossa possibilidade”, diz o agricultor José Heleno Vasconcelos.

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