02/07/2013 12h53 - Atualizado em 02/07/2013 15h03

Analistas reduzem preço alvo da OGX e ações têm novo dia de queda

Empresa anunciou que pode parar produção no campo em 2014.
Na segunda-feira, ações da petroleira caíram quase 30%.

Do G1, em São Paulo

As ações das empresas de Eike Batista voltam a operar em forte queda na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) nesta terça-feira (2). Por volta das 15h, as ações da petroleira OGX caíam 12,50%, para R$ 0,49. Veja cotações

Os papeis da OGX puxam o recuo da Bovespa nesta terça. No mesmo horário, o Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, recuava 1,96%.

Analistas de bancos e corretoras cortaram nesta terça-feira o preço-alvo para as ações da petroleira para valores entre R$ 0,10 e R$ 0,30 por papel. As revisões para baixo ocorrem após a OGX ter anunciado na véspera a suspensão de projetos de produção, também penalizando outras ações do grupo EBX, controlado por Eike.

"Como a ação da OGX tem muito peso no índice, o mercado continua sofrendo por causa disso", disse à Reuters o operador Luiz Roberto Monteiro, da Renascença Corretora.

Na segunda-feira, a OGX informou que seus poços atualmente em operação no campo de Tubarão Azul não terão sua produção aumentada e poderão parar de produzir ao longo de 2014. As ações da petroleira terminaram a segunda-feira em queda de 29,11%.

"A Companhia concluiu que não existe, no momento, tecnologia capaz de tornar economicamente viável o desenvolvimento dos campos de Tubarão Tigre, Tubarão Gato e Tubarão Areia. Diante desse fato, a Companhia submeterá à ANP requerimento no sentido de suspender o desenvolvimento dos campos acima indicados", diz o comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Em função das mudanças de planos, a OGX decidiu interromper a construção, pela OSX, de cinco plataformas. A petroleira disse ainda que o aluguel pelo afretamento do FPSO OSX-1, plataforma conectada ao campo de Tubarão Azul, continuará a ser pago à OSX.

As ações da OGX acumulam queda de mais de 97% desde a cotação máxima registrada pelos papéis da companhia, em outubro de 2010, segundo levantamento da consultoria Economatica.

Eike perde cerca de US$ 30 bi em 16 meses
O empresário viu a sua fortuna 'derreter' cerca de US$ 30 bilhões nos últimos 16 meses, após uma série de atrasos e falhas nas empresas do seu grupo, segundo reportagem desta terça-feira da Bloomberg.

Eike chegou a ser o oitavo homem mais rico do mundo em março do ano passado, quando teve seu patrimônio avaliado em US$ 34,5 bilhões. No dia 12 de junho, antes da nova série de tombos das ações do grupo, a fortuna do brasileiro era estimada em US$ 6,1 bilhões pelo Bloomberg Billionaires Index, o que tirou Eike da lista dos 200 mais ricos do mundo.

Problemas na OGX
A produção nos poços três poços marítimos da empresa (OGX-26HP, OGX-68HP e TBAZ-1HP), todos em Tubarão Azul, sofreram problemas operacionais e tiveram quedas e interrupções de produção nos últimos meses, destaca a Reuters.

A produção marítima, que chegou ao pico de 13,2 mil barris de petróleo por dia em janeiro, despencou para 1,8 mil barris por dia em abril, recuperando-se a 6,8 mil barris por dia em maio.

A OGX terminou março com US$ 1,15 bilhão em recursos disponíveis e apenas o pagamento devido à OSX reduziria o caixa da companhia a cerca de US$ 700 milhões.

As sucessivas frustrações com o nível de produção da OGX e a queima de caixa pela petroleira têm motivado forte queda das ações da empresa, contagiando os papéis de outras companhias de Eike listadas na Bovespa.

A OGX teve prejuízo de R$ 804,6 milhõess no primeiro trimestre, quase três vezes superior ao do mesmo período do ano anterior, devido a uma baixa contábil bilionária com poços secos.

Nota de crédito rebaixada
Os ex-ministros Pedro Malan (Fazenda), Rodolpho Tourinho Neto (Minas e Energia) e Ellen Gracie (Supremo Tribunal Federal) deixaram o Conselho de Administração da OGX no último dia 21.

No último dia 14, a agência de classificação de risco Fitch reduziu as notas de crédito da petroleira OGX, de Eike Batista. As notas de curto prazo foram rebaixadas de "B-" para "CCC", enquanto as de longo prazo caíram de "BB+" para "CCC". As notas indicam alto risco de inadimplência.

"O rebaixamento do rating reflete a maior incerteza em relação à vontade e capacidade do controlador da OGX, Eike Batista, de honrar o aporte US$ 1 bilhão na companhia", afirmou a Fitch. "Mais cedo esta semana, a OGX informou que Batista reduziu sua fatia na companhia a 58,92%, através da venda de 2,17% das ações da OGX em maio. Ainda que essa venda seja majoritariamente simbólica, faz crescer as preocupações sobre o compromisso de Batista com a companhia", dizia o texto.

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