20/06/2013 17h51 - Atualizado em 21/06/2013 00h58

Manifestantes vão às ruas e protestam de forma pacífica em Aracaju

Protesto começou na Praça Fausto Cardoso e seguiu para o Centro.
Eles se dividiram em dois grupos e fecharam principal avenida da capital.

Fredson Navarro e Joelma GonçalvesDo G1 SE

Praça Fausto Cardoso ficou repleta de cores (Foto: Flávio Antunes/G1)Praça Fausto Cardoso ficou repleta de cores (Foto: Flávio Antunes/G1)

Cerca de 20 mil manifestantes se reuniram no fim da tarde desta quinta-feira (20) na Praça Fausto Cardoso, no Centro de Aracaju, para se juntar ao protesto que iniciou na semana passada em São Paulo, contra o aumento na tarifa do transporte público, e ganhou as ruas de todo o país. Por volta das 16h, as ruas do Centro da capital já aglomeravam dezenas de pessoas, desde crianças até idosos.

Eles seguiram para protestar em frente à Assembleia Legislativa de Sergipe de forma pacífica e depois se dividiram em dois grupos. Um seguiu em direção ao Centro Comercial e Avenida Hermes Fontes e o outro fechou o trânsito da Avenida Beira Mar, uma das mais importantes de Aracaju.

A Polícia Militar informou que não pode divulgar o número dos manifestantes porque eles estão espalhados, mas os integrantes do Movimento Não Pago afirmam que mais de 20 mil pessoas estão nas ruas lutando 'por um Brasil melhor'.

“Estamos lutando pelos nossos direitos de forma diga, sem desrespeitar as autoridades nem o próximo, lutamos por um país melhor. É um momento histórico para Sergipe e estamos felizes porque nossa mensagem foi bem entendida e todos saíram de casa com o mesmo proposito. Esta é a forma que encontramos de chamar a atenção das autoridades e mostrar a nossa força”, comemora Demétrio Varjão, integrantes do Movimento Não Pago.

Pichação em prédio da Assembleia Legislativa virou 'ponto turístico' (Foto: Flávio Antunes/G1)Pichação em prédio da Assembleia Legislativa virou 'ponto turístico' (Foto: Flávio Antunes/G1)

Durante a caminhada, a Polícia Militar está fazendo a escolta e acompanhando os manifestantes de longe, para garantir a segurança, sem se envolver. Eles fizeram um cordão de isolamento para evitar a entrada deles em patrimônios públicos.

Entre as reivindicações estão o aumento das tarifas de transporte público, os custos da Copa do Mundo, problemas no serviço público, corrupção, entre outras. Os sergipanos confeccionaram cartazes, criticando a corrupção, a Copa do Mundo, pedindo educação e cidadania.

A Prefeitura de Aracaju anunciou na quarta-feira (19) a redução da tarifa do transporte coletivo de R$ 2,45 para R$ 2,35. O novo preço da passagem vai entrar em vigor após a aprovação na Câmara dos Vereadores de Aracaju. Mesmo com o anúncio da redução do preço das passagens do transporte público ou da desistência do aumento, os protestos foram mantidos e estão sendo realizados em mais de 100 cidades nesta quinta-feira e devem continuar nos próximos dias.

Estudantes pintam o rosto com as cores da bandeira do Brasil (Foto: Flávio Antunes/G1)Estudantes pintam o rosto com as cores da bandeira do Brasil (Foto: Flávio Antunes/G1)

Os motivos se ampliaram a qualidade no transporte público, fim do favorecimento aos donos das empresas de ônibus, passe livre, melhoria na saúde e educação, fim da violência policial, da corrupção e eficácia nos gastos nas obras da Copa do Mundo.

Os bispos de Sergipe pedem aos participantes do protesto que não pratiquem atos de violência, vandalismo ou provocação aos policiais. “As manifestações possuem um sentido positivo e louvável, já que exprimem o desejo do povo de expressar suas opiniões, seus descontentamentos e suas reivindicações”. Assinam o arcebispo metropolitano, Dom José palmeira Lessa, o bispo Auxiliar da Arquidiocese de Aracaju, Dom Henrique Soares da Costa e o bispo de Propriá, dom Mário Rino Sivieri.

Os comerciários de Sergipe decidiram aderir ao protesto que ocorre na tarde desta quinta-feira (20) na capital sergipana.  De acordo com o presidente da Federação dos Comerciários, Ronildo Almeida, eles decidiram fechar as lojas no início da tarde e seguiram para às ruas com os colaboradores. “Estamos participando e ajudando a fortalecer essa manifestação que é um ato de cidadania. Os protestos já começaram a mudar o Brasil. Quando o povo se une em torno de um projeto coletivo, o resultado é positivo”, avalia Ronildo Almeida.