04/07/2013 09h33 - Atualizado em 04/07/2013 10h13

Novo nome da MPX deve ser escolhido até outubro

Eike deixa conselho, e MPX aumenta capital privado em R$ 800 milhões.
Capitalização contribuirá para 'sustentar plano de negócios da companhia'.

Do G1, em São Paulo

O presidente executivo da MPX, Eduardo Karrer, afirmou nesta quinta-feira (4) que o novo nome da companhia deve ser escolhido até outubro.

"Até outubro vamos escolher um novo nome. Isso é muito estratégico e uma decisão muito importante", disse ele em conferência com acionistas nessa manhã. A sede da empresa será transferida para onde funcionam os escritórios da associação entre a MPX e E.ON.

A mudança virá após o anúncio de que o empresário Eike Batista renunciou ao conselho de administração da MPX – empresa de energia com negócios complementares em geração elétrica e exploração e produção de gás natural na América do Sul – que anunciou, em nota divulgada nesta quinta-feira (4), um aumento de capital privado de R$ 800 milhões para reforçar o caixa da companhia em meio a turbulências enfrentadas no mercado.

Na teleconferência, Karrer ressaltou a importância de Eike Batista como "elemento fundamental na MPX. "Em nome de da empresa e de todos os funcionários, gostaria de expressar minha gratidão a tudo que Eike representou para essa empresa", afirmou.

Os executivos da companhia apontaram, também, que as decisões tomadas sobre o futuro da MPX são passos fundamentais para consolidar o negócio e crescer seu portfólio, um "passo fundamental" para atingir o objetivo de criar valor para os acionistas.

Capitalização
De acordo com a MPX, na operação de capitalização, que deve ocorrer até o final do ano, a empresa alemã E.ON - que detém 24,5% do capital da MPX e compartilha o controle da geradora térmica com o empresário – investirá até R$ 366 milhões, e o banco BTG Pactual, seu assessor financeiro, se comprometeu a dar o restante. Esse aumento de capital vai substituir a oferta pública de ações inicialmente prevista. A decisão foi tomada, de acordo com a empresa, diante da "deterioração das condições de mercado nas últimas semanas".

"A capitalização contribuirá para fortalecer a estrutura de capital da companhia, sustentando o desenvolvimento de seu plano de negócios", diz o comunicado.

Segundo a empresa, o acordo de acionistas da MPX segue válido. Após o aumento de capital, a participação de Eike Batista deve ser diluída, mas ele segue como controlador ao lado da E.ON. A alemã E.ON deve passar a deter uma participação de cerca de 38% na MPX Energia. O empresário, por sua vez, deverá ficar com uma participação de 24%, segundo afirmaram executivos.

Comando
Jorgen Kildahl, membro do Conselho de Administração da E.ON e até então vice-presidente do conselho da MPX, foi indicado como presidente interino, no lugar de Eike Batista.

“A E.ON agradece a grande contribuição de Eike Batista na MPX, tornando-a uma das mais atrativas empresas de energia do Brasil, desde sua fundação em 2001. A partir de agora, a E.ON apoiará o contínuo desenvolvimento da MPX e a implementação do seu sólido portfólio de projetos, que desempenhará um papel-chave para a segurança energética do Brasil”, afirmou Kildahl, em nota.

A MPX disse ainda que a companhia se prepara para participar dos leilões de energia nova do governo federal. Segundo dados divulgados pela empresa, a MPX opera 1.780 MW em empreendimentos de geração de energia no país, com mais 1.114 MW em projetos em construção, além de 10.000 MW em portfólio.

Prejuízos
A MPX Energia é a segunda empresa com maiores prejuízos das empresas de capital aberto brasileiras. O resultado negativo passou de R$ 77 milhões no primeiro trimestre do ano passado para R$ 250 milhões no mesmo período deste ano, segundo levantamento da consultoria Economatica realizado no fim de maio.

No primeiro trimestre de 2013, a empresa mais que triplicou seu prejuízo, para R$ 250,9 milhões, ante perda de R$ 77 milhões no mesmo período do ano anterior, de acordo com dados divulgados pela companhia no final de maio.

Na ocasião, o resultado foi atribuído pela empresa, principalmente, pela compra de energia para "cumprir as obrigações contratuais de Pecém I e Itaqui". Os custos operacionais dispararam quase quatro vezes, para R$ 312,6 milhões, pesando sobre os resultados mesmo após a receita operacional líquida ter quase triplicado no período, somando R$ 196 milhões.

A empresa também foi prejudicada pelo resultado financeiro, que ficou negativo em R$ 77,8 milhões, ante R$ 6,2 milhões no primeiro trimestre de 2012.

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