04/07/2013 09h44 - Atualizado em 04/07/2013 10h12

BC toma nova medida para facilitar ingresso de dólares no Brasil

Ingresso de divisas pode aliviar pressão de alta do dólar no país.
Em junho, houve retirada de US$ 2,6 bilhões do Brasil, a maior do ano.

Alexandro MartelloDo G1, em Brasília

A diretoria do Banco Central se reuniu e anunciou na noite de quarta-feira (3) uma alteração nas regras de empréstimos para pagamento antecipado de exportações como forma de facilitar o ingresso de divisas na economia brasileira – o que pode atenuar as pressões de alta da moeda norte-americana no Brasil.

A autoridade monetária anunciou, por meio da circular 3.661, publicada no Sistema de Informações do BC, que os empresários já podem buscar empréstimos no exterior para realizar liquidação antecipada de suas vendas externas sem prazo limitado. Até então, esse tipo de operação poderia ser feito somente se os empréstimos fossem pagos em até cinco anos.

"Para o registro da operação de que trata esta subseção, é necessário o efetivo ingresso dos recursos no País", informou o Banco Central na circular.

Na véspera, a moeda norte-americana terminou o dia vendida a R$ 2,2691, uma valorização de 0,84% frente ao real. É o maior valor de fechamento desde 1º de abril de 2009, quando a moeda encerrou a R$ 2,281. Com esta medida do BC, o dólar abriu esta quinta-feira em queda.

Outras medidas já anunciadas
Essa foi a quarta medida anunciada pelo governo brasileiro, desde o início de junho, para facilitar a entrada de dólares no Brasil. No começo do mês passado, o Ministério da Fazenda zerou o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) cobrado sobre aplicações de estrangeiros em renda fixa. Até aquele momento, a alíquota era de 6%.

Uma semana depois, o governo zerou também o IOF sobre a venda de dólares no mercado futuro – facilitando estas transações – que têm impacto no preço do dólar no mercado à vista.

No fim do mês passado, o BC alterou as regras dos depósitos compulsórios dos bancos (recursos que têm de ser mantidos na autoridade monetária), facilitando a venda de dólares pelas instituições financeiras e, com isso, diminuindo a pressão de alta na cotação da moeda norte-americana.

Fluxo cambial em junho
A retirada de dólares no país superou o ingresso de moeda estrangeira em US$ 2,6 bilhões no mês de junho, de acordo com números divulgados na quarta-feira (3) pelo Banco Central. É a maior retirada líquida de moeda estrangeira da economia desde dezembro do ano passado, quando US$ 6,7 bilhões deixaram o Brasil. Esta também é a primeira saída de divisas do país desde fevereiro deste ano (-US$ 105 milhões).

O fluxo cambial é composto por duas contas: comercial (por onde transitam os dólares para as operações da balança comercial) e financeira – por onde entra e sai a moeda norte-americana relativa às demais operações (remessas de lucros e dividendos e empréstimos tomados no exterior, entre outros).

Em junho, a conta financeira registrou saída líquida de US$ 771 milhões, o que representa o melhor resultado desde o ingresso de US$ 2,37 bilhões em janeiro de 2013. Já a conta comercial registrou a saída líquida de US$ 1,86 bilhão do país – no pior resultado desde janeiro deste ano, quando foi contabilizada a retirada de US$ 4,75 bilhões do Brasil por este segmento.

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