Economia

Sete grupos vão disputar leilão da BR-163 nesta quarta-feira

Governo está otimista com sete propostas e espera ter deságio ‘razoável’

SÃO PAULO E BRASÍLIA - A Agência Nacional de Transportes Terrestre (ANTT) confirmou na tarde desta segunda-feira que sete grupos, entre consórcios e empresas individuais, entregaram pela manhã para disputar o leilão da BR-163, rodovia que será privatizada em leilão na BM&FBovespa na na manhã de quarta-feira.

Estará em disputa um trecho de 821,6 quilômetros da BR -163 que fica no Mato Grosso, e vencerá o grupo que oferecer o maior desconto sobre a tarifa teto, de R$ 5,50 para cada 100 quilômetros.

Os grupos que compareceram à sede da Bovespa para entregar a documentação com as propostas nesta manhã foram:

- Galvão Engenharia;

- Triunfo Participações e Investimentos (TPI);

- Ecorodovias, que junto com a Coinmex, Rio Novo, Tervap Pitanga, Contek Engenharia e A.Madeira e Urbesa Administração e participações, criaram o Consórcio Rota do Futuro;

- Consórcio Integração, que junta Fidens, Construtora Artepa, M.Martins, Via Engenharia, Construtora Barbosa Mello e Carioca Christiani-Nielsen Engenharia;

- Odebrecht;

- Invepar;

- CCR

Governo desiste de leiloar ferrovias

O governo está otimista com relação ao resultado do leilão da BR-163 diante da concorrência com sete participantes. Nesta segunda, o ministro dos Transportes, César Borges, esteve com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto para apresentar a disputa e as empresas que mostraram interesse pelo trecho.

- Esperamos que, com a abertura das sete propostas, tenhamos um deságio razoável para obter a meta de modicidade tarifária. Só podemos estar otimistas - disse Borges.

O ministro disse que, além da BR-163 MT, quer licitar até o fim do ano outras três rodovias que, somadas à BR-050 em Goiás, que já foi levada a leilão desse ano, deverão resultar em investimentos da ordem de R$ 27,8 bilhões ao longo das concessões. Esse valor corresponde a mais da metade do volume total a ser concedido pelo Programa de Investimentos em Logística (PIL), de R$ 47 bilhões.

Para conseguir leiloar, ao todo, cinco rodovias neste ano, o ministro conta com a aprovação do edital da rodovia BR-040 em Minas Gerais pelo Tribunal de Contas da União (TCU) já nesta quarta-feira, uma vez que são necessários 30 dias entre a aprovação pelo tribunal e consequente publicação do edital e a abertura das propostas.

Borges informou ainda que o governo não conta mais com a possibilidade de leiloar ferrovias do PIL ainda neste ano, porque os projetos ainda estão em discussão com os potenciais investidores interessados.

- Fixamos em ter êxito nas quatro rodovias aí colocadas, (nas ferrovias) vamos fazer os ajustes também, mas é uma questão nova, que nunca foi feita. É um processo que merece mais cuidado, elaboração, amadurecimento.

Além de descartar o leilão de ferrovias ainda em 2013, o ministro César Borges disse que o governo dará prioridade à concessão do trecho entre Lucas do Rio Verde (MT) e Campinorte (GO), conhecido como Ferrovia do Centro-Oeste (Fico), em vez do trecho da ferrovia Norte-Sul entre Açailândia (MA) e Barcarena (PA).

- É um trecho que no passado foi alvo de um projeto básico feito pela Valec - disse Borges, para justificar o interesse maior do mercado pela Fico.

Como queria o governo, a expectativa entre os executivos das empresas que estiveram na Bovespa é de que haja uma dura disputa pelo trecho que passa por 19 municípios. Pelo edital, logo de saída, após a assinatura do contrato, o vencedor terá de desembolsar R$ 179 milhões em obras emergenciais de recapeamento, sinalização e iluminação na rodovia. E, ao final do primeiro ano de contrato, os investimentos exigidos pelo edital de licitação chegam a R$ 240 milhões. No total, o volume de recursos previstos em obras e adaptações chega a R$ 4,6 bilhões durante todo o período de concessão

O contrato prevê ainda a duplicação de um trecho de 453 quilômetros no prazo de cinco anos, o que é considerado pelos executivos como uma obra complexa, já que trata-se de um trecho da região Amazônica que exigirá a emissão prévia de licenças ambientais.