RIO - Ao longo de mais de 50 anos, Natan Kimelblat foi o nome responsável por trás do sucesso da Natan Joias Ltda, tradicional joalheria carioca. Aos 89 anos, o Seu Natan - como muitos clientes o chamavam - foi encontrado morto em sua residência no bairro de Ipanema, Zona Sul do Rio de Janeiro, por volta das 20h do último domingo. O empresário deixa a viúva Any Kimelblat e quatro filhos (Jane Rose Klarnet, Sérgio Kimelblat, Henrique Kimelblat e Miriam Kimelblat) além de 11 netos.
A causa da morte não foi divulgada, mas seu estado de saúde, nos últimos meses, inspirava cuidados. Segundo amigos próximos que preferiram não se identificar, a principal razão deve estar relacionada ao pulmão. O enterro está marcado para esta segunda-feira, às 15h, no cemitério do Caju.
Fundada em 1956, a Natan Joias foi o símbolo do sucesso de um imigrante. Além das exclusivas criações cobiçadas pela elite, a empresa vendia relógios e artigos de couro. No auge, a rede contava com 11 lojas espalhadas por sete estados do país e ficou conhecida como um dos principais nomes no ramo de joias de alto padrão. O ucraniano de origem judaica desembarcou no Rio de Janeiro, em 1946, após lutar na Segunda Guerra Mundial contra os nazistas. Paupérrimo, começou trabalhando com a venda de artigos de couro.
Desde 2006, a empresa buscou na recuperação judicial uma saída para se reestruturar e pagar todos os seus credores. Em março deste ano, após sequência de dívidas que somadas contabilizam pouco mais de R$ 14, 5 milhões, as duas últimas lojas do grupo - no Rio Design Leblon e no Rio Design Barra - fecharam as portas. As pendências estavam distribuídas entre credores financeiros, contratos de locação, pagamentos de fornecedores e débitos volumosos com ex-funcionários.
No dia 1º de maio, o juiz Fernando Cesar Ferreira Viana, da 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), decretou a falência da joalheria Natan, de acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça.